EXPLORANDO A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DE UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DO SUL DO BRASIL: UMA AVALIAÇÃO DO FEEDBACK NO CONTEXTO EDUCACIONAL
INTRODUÇÃO: O alinhamento construtivo defende a coerência entre objetivos, atividades, avaliação e feedback, sendo este último essencial para orientar o estudante sobre seus progressos e aspectos a melhorar. Adaptável a diferentes contextos e formatos, o feedback pode promover autorregulação, motivação e desenvolvimento de competências. Na educação em saúde, sua aplicação pode variar entre os docentes, influenciando diretamente sua efetividade. Este estudo investigou a percepção de professores do curso de medicina sobre o feedback, analisando estratégias utilizadas, eficácia percebida e oportunidades de aprimoramento. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi investigar a percepção dos professores sobre a prática do feedback nas disciplinas que ministram em um curso de graduação em Medicina, analisando as estratégias utilizadas para sua aplicação e avaliando suas percepções quanto à eficácia dessa prática no contexto específico do ensino médico. MATERIAIS E MÉTODO: O presente estudo, de delineamento quantitativo, observacional, retrospectivo e de corte transversal, foi realizado com amostra aleatória significativa de professores do curso de Medicina de uma instituição privada do sul do Brasil. Desenvolveu-se em cinco etapas: revisão da literatura sobre alinhamento construtivo e feedback, utilizando bases de dados nacionais e internacionais; elaboração e validação de um instrumento de coleta de dados estruturado na plataforma Google Forms®, ajustado após aplicação-piloto; e cálculo amostral considerando 295 docentes, intervalo de confiança de 95% e erro de 5%, resultando em 135 participantes, com base em uma população mais homogênea (80/20). A versão final do questionário foi aplicada aos professores, alinhada aos objetivos da pesquisa e fundamentada nas evidências levantadas. RESULTADOS: Participaram do estudo 53 professores do curso de Medicina, com nível de confiabilidade de 90% e margem de erro de 10,22%. Entre eles, 26,4% ministravam uma disciplina, 30,2% duas, 18,9% três e 24,5% quatro ou mais. A maior concentração ocorreu no 4º e 3º períodos, e a menor nos períodos finais. Quanto à frequência de aplicação do feedback, 35,8% realizavam semanalmente, 35,8% após atividades específicas, 13,2% mensalmente, 11,3% diariamente e 3,8% raramente. A maioria (53%) aplicava feedback direto e presencial, sendo as reuniões o recurso mais citado (81,1%), seguidas por plataformas digitais (15,1%). Em termos de capacitação, 81,1% buscaram orientação por meio de cursos, enquanto 3,8% nunca receberam instrução. Sobre segurança na aplicação, 41,5% sentiam-se confortáveis, 39,6% adquiriram habilidade com a prática e 18,9% ainda apresentavam insegurança. Quanto ao impacto percebido, 77,4% observaram grande melhora na aprendizagem, 15,1% pouca melhora e 7,5% nenhuma. Por fim, 88,7% acreditavam que suas estratégias poderiam ser aprimoradas, e metade já havia recebido comentários positivos sobre sua prática. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo mostrou que docentes participantes utilizam majoritariamente estratégias de feedback diretas e presenciais, como conversas individuais e reuniões, reconhecendo sua importância para a aprendizagem. Embora 77,4% percebam melhorias significativas, 88,7% apontam necessidade de ajustes e inovações. A maioria buscou capacitação formal, mas ainda há casos de insegurança na aplicação, indicando a relevância de formação contínua. O cenário é favorável à diversificação das práticas, com a incorporação de recursos digitais e métodos inovadores para potencializar a autonomia discente e a qualidade na educação em saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Feedback; Educação em Saúde; Alinhamento Construtivo; Formação Docente; Estratégias de Ensino.
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