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A CULINÁRIA BRASILEIRA E A DIVERSIDADE CULTURAL: IDENTIFICAÇÃO DA NARRATIVA DOMINANTE NA LITERATURA

MARINHO, Evellin Cristina Borges Fernandes ¹; CINI, Ricardo de Amorim ²
Curso do(a) Estudante: Superior de Tecnologia em Gastronomia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Tecnologia em Gastronomia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A formação da culinária e da gastronomia brasileiras é um fenômeno complexo e multifacetado, que ultrapassa a simples noção de mistura homogênea entre povos indígenas, africanos e portugueses, incorporando diversas influências culturais, sociais e históricas ao longo do tempo. Embora autores clássicos como Gilberto Freyre e Luís da Câmara Cascudo tenham defendido a ideia de miscigenação culinária baseada na adaptação portuguesa e na fusão com ingredientes indígenas e receitas africanas, pesquisas mais recentes questionam essas narrativas simplistas e eurocêntricas que, muitas vezes, invisibilizam as contribuições e resistências dos povos originários e marginalizados. Essa visão tradicional é contestada por estudiosos como Carlos Alberto Dória, que destaca a diversidade regional da cozinha brasileira, e por abordagens descoloniais que valorizam os saberes tradicionais e a cultura popular, rompendo com o predomínio da gastronomia europeia. OBJETIVOS: Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi investigar quais são as narrativas dominantes na gastronomia brasileira e como as perspectivas indígenas, africanas e de outras comunidades marginalizadas são representadas nos livros de culinária e artigos científico. MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizada uma revisão bibliográfica de livros disponíveis da biblioteca da PUCPR e 20 artigos no Google Acadêmico com os descritores “culinária brasileira” e “gastronomia brasileira”. RESULTADOS: A literatura e a memória cultural têm papel fundamental na preservação dessas identidades culinárias diversas, que se manifestam tanto nas práticas cotidianas do interior do país quanto na reinvenção contemporânea da gastronomia, promovendo justiça alimentar e inclusão social. Enquanto movimentos neocolonizadores reforçam hierarquias simbólicas e o protagonismo do chef, outros autores enfatizam a importância de reconhecer a alimentação como um direito humano e fenômeno cultural que deve respeitar as tradições de todas as comunidades brasileiras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A valorização das matérias-primas nacionais, a resistência às influências exclusivas da gastronomia francesa e global, e a crítica às narrativas hegemônicas, evidenciam uma cozinha em constante construção, plural e representativa, que busca não apenas o sabor, mas a afirmação de identidades e histórias diversas, refletindo a complexidade social do Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Gastronomia brasileira; Culinária regional; Miscigenação cultural; Descolonização alimentar; Identidade cultural.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica no programa PIBIS da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

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