CROSSFIT E CORRIDA: ESTUDO COMPARATIVO DA PREVALÊNCIA DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO RELACIONADA AO IMPACTO
INTRODUÇÃO: A prevalência da queixa de perda urinária é maior em praticantes de atividades físicas de alto impacto, como o crossfit e a corrida, inferindo como causa o estresse aumentando sobre o assoalho pélvico pelo exercício. OBJETIVOS: O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência da IUE em pessoas que praticam crossfit e corrida e entender se há relação entre o impacto gerado e o desenvolvimento de IUE. MATERIAIS E MÉTODO: Foi aplicado o questionário “International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form” (ICIQ-SF) e selecionado homens e mulheres entre 18 e 40 anos que frequentavam a academia pelo menos três vezes na semana e excluído mulheres que já gestaram ou que se encontram na menopausa e homens que possuem hiperplasia benigna de próstata. Após a seleção, foi utilizado o acelerômetro tri-axial X16-1D, Gulf Coast Data Concepts, resolução de +/- 16g, 16-bit, frequência de aquisição 100Hz fixado na altura da 5ª vértebra lombar durante a prática da atividade física para avaliar o impacto do exercício. A análise foi realizada com o auxílio do software Statistical Package for the Social Science (SPSS™). Foi aplicado o Qui-quadrado e/ou teste exato de Fisher na variável e valores de p <0,05 serão considerados significativos. Em seguida, para as análises de distribuição, foram aplicados testes de normalidade de Komolgorov-Smirnov e Shapiro Wilk para variáveis quantitativas. RESULTADOS: Foram elegíveis 37 participantes, 20 de Crossfit e 17 de corrida. Dentre os praticantes de Crossfit, 14 praticavam a modalidade 5 a 7 vezes na semana e 62,5% desenvolveram IUE, enquanto 6 deles praticavam a modalidade 3 a 4 vezes e 37,5% apresentavam o mesmo quadro. As perdas aconteciam principalmente ao praticar o exercício e ao tossir ou espirrar. Já entre os corredores, 1 praticava a modalidade 5 a 7 vezes na semana e relatava perda urinaria e 16 praticavam 3 a 4 vezes na semana, sendo eu 29,4% referiam quadro de incontinência. A avaliação do impacto com o acelerômetro mostrou valores mais elevados de energia espectral nas bandas 10-20HZ, associada ao impacto do contato do pé com o solo, e diferenças positivas na banda 21-50HZ, relacionadas à ressonância de tecidos moles. Já o Crossfit apresentou valores iguais ou inferiores em grande parte das bandas e para o eixo resultante na banda de impacto 10-20HZ. Esses padrões sugerem maior transmissão de impacto e componentes vibracionais do corpo durante a prática da corrida e indicam uma possível estratégia diferente de absorção de impacto ou menor exposição a esforços cíclicos de alta intensidade no Crossfit. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo identificou o mesmo padrão referenciado na literatura de alta prevalência de IUE, com predominância do Crossfit sobre a corrida. Porém, a medida do impacto feita pelo acelerômetro mostrou maior impacto na prática da corrida, o que vai contra a inferência de uma relação direta entre a intensidade do impacto com o desenvolvimento de IUE.
PALAVRAS-CHAVE: Incontinência Urinária 2. Crossfit; Corrida; Epidemiologia; Qualidade de vida.
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