ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTRESSE E CONSUMO DE NOOTRÓPICOS NATURAIS E BEBIDAS ENERGÉTICAS EM ESTUDANTES DE MEDICINA DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: Com frequência, diversos fatores expõem estudantes do curso de Medicina a altos níveis de estresse. Do mesmo modo, também é frequente, nessa população, o consumo de nootrópicos naturais e bebidas energéticas, possivelmente usados como forma de alívio. Dessa forma, faz-se necessário levantar dados para investigar a conexão entre o consumo de tais substâncias e o estresse. OBJETIVOS: Avaliar a associação do consumo de substâncias nootrópicas naturais e bebidas energéticas com o nível de estresse em estudantes de Medicina. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal realizado por meio de questionário eletrônico. A amostragem foi realizada pela técnica bola de neve e estudantes de medicina instituições de ensino superior (IES) localizadas nas diferentes regiões do estado no Paraná foram convidados a participar. O instrumento contou com questões sobre perfil pessoal, acadêmico e demográfico, sobre o consumo de substâncias nootrópicas naturais e bebidas energéticas nos últimos 12 meses, sua finalidade e efeitos adversos sentidos, além da Medical Student Stress Scale (MSSS) – um questionário de 22 itens que investiga o nível de estresse de estudantes de medicina com um escore final de 0 a 88, em que escores mais altos representam maior nível de estresse. RESULTADOS: Foram analisadas 143 respostas de estudantes de apenas uma IES privada de Curitiba. A taxa de prevalência de consumo de uma ou mais substância nootrópicas naturais e/ou bebidas energéticas entre os estudantes de medicina é de 95,8% (intervalo de confiança de 95% [IC-95%]:91,6% – 98,2%). A taxa de prevalência de consumo de de café e derivados foi de 94,4% (IC-95%: 89,7% – 97,3%); de bebidas energéticas que contenham inositol, glucoronolactona, taurina e/ou cafeína foi de 74,1% (IC-95%: 66,5% – 80,8%); de creatina foi de 41,3% (IC-95%: 33,4% – 49,4%); de cafeína em cápsula ou suplementos alto teor de cafeína foi de 30,8% (IC-95%: 23,6% – 38,7%); e de extrato de guaraná ou guaraná em pó foi de 7% (IC-95%: 3,7% – 12%). Ainda, a maioria (66,5%) relatou o consumo de substância de dois ou três dos cinco diferentes grupos investigados supracitados. Quanto a frequência de consumo, 69,9% (IC-95%: 62,1% – 77%) consomem uma ou mais substância nootrópicas naturais e/ou bebidas energéticas em cinco ou mais dias por semana. A mediana do escore de estresse da amostra foi de 41, variando de 1 a 80. Não se evidenciou associação significativa entre estresse e consumo de café, suplementos com alto teor de cafeína e bebidas energéticas. No entanto, constatou-se que o nível de estresse é significativamente menor em indivíduos que consomem creatina com maior frequência (p=0,042). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados deste estudo não evidenciaram associação significativa entre estresse e consumo de nootrópicos naturais e bebidas energéticas na população estudada, com exceção da creatina, em que se verificou nível menor de estresse nos que a consomem mais frequentemente. Todavia, tal associação deve ser interpretada com cautela, pois pode ter ocorrido devido ao não controle de possíveis confundidores como a prática de atividade física regular, por exemplo, que não foi alvo de investigação neste estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Estudantes de Medicina; Estresse psicológico; Nootrópicos; Bebidas Energéticas.
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