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PAISAGENS SONORAS EM CURITIBA E A CONSERVAÇÃO DE MORCEGOS

BIANCHETTI, Giovanna Giamberardino ¹; PAROLIN, Lays Cherobim ²
Curso do(a) Estudante: Ciências Biológicas – Bacharelado – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Ciências Biológicas – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A crescente urbanização tem resultado na substituição de áreas naturais por ambientes modificados pelo ser humano, o que gera impactos profundos sobre os ecossistemas originais. Entre os principais efeitos está a poluição sonora, capaz de interferir na comunicação, navegação e comportamento alimentar de diversas espécies, incluindo os morcegos. Esses animais desempenham funções ecológicas fundamentais, como polinização, dispersão de sementes e controle de insetos. No entanto, apesar de sua importância, os estudos sobre quirópteros no Brasil ainda são limitados, especialmente no que diz respeito aos efeitos da poluição sonora. Nesse cenário, a bioacústica surge como uma ferramenta promissora para compreender a atividade desses animais em ambientes urbanos, por meio da análise de vocalizações utilizadas para orientação, alimentação e comunicação social. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo principal analisar a paisagem sonora em diferentes manchas urbanas da cidade de Curitiba (PR) e correlacionar os dados acústicos com a atividade de morcegos nesses locais. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa foi conduzida em três áreas com diferentes níveis de urbanização: uma área central densamente ocupada, uma área residencial de baixa densidade e uma área protegida. As gravações foram realizadas com gravadores acústicos Audiomoth, adaptados para condições de campo, configurados para registrar sons noturnos com ampla faixa de frequência. As coletas ocorreram principalmente no mês de julho, em noites com condições climáticas semelhantes, visando garantir a comparabilidade dos dados. As análises foram realizadas nos programas Kaleidoscope e Raven Pro, com foco na identificação de passagens de morcegos e classificação funcional das vocalizações. RESULTADOS: Os resultados mostraram variações significativas na atividade acústica entre as áreas. A área residencial apresentou o maior percentual de gravações com vocalizações de morcegos, seguida pela área protegida, e por fim a área central. Essa diferença pode estar relacionada à intensidade do ruído urbano, que se mostrou mais constante e elevado na região central, onde a antropofonia predominou. Nas áreas menos impactadas, registrou-se maior presença de biofonia e menor interferência de sons antrópicos. A família Molossidae foi predominante nas áreas urbanizadas, possivelmente por sua maior tolerância a ambientes abertos e fragmentados, enquanto a Vespertilionidae se destacou na área preservada. A Phyllostomidae teve baixa incidência em todas as áreas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As condições climáticas e limitações logísticas restringiram o número de gravações possíveis, mas os dados obtidos indicam que a urbanização pode atuar como uma barreira para a atividade de algumas espécies de morcegos. Áreas verdes protegidas mostraram-se essenciais para a conservação da fauna em ambientes urbanos. A pesquisa reforça a relevância de considerar a dimensão sonora nos planejamentos urbanos e de ampliar o uso de ferramentas como a bioacústica para o monitoramento da fauna.

PALAVRAS-CHAVE: Urbanização; Bioacústica; Chiroptera; Ecolocalização; Ecologia sonora.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

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