ARISTÓTELES E HANS JONAS
INTRODUÇÃO: Quando o filósofo alemão Hans Jonas analisa a modernidade, expõe uma realidade em que a vida fora reduzida a um sistema mecânico: ela não possuía mais alma, finalidade ou expressão. Essa visão eliminava qualquer subjetividade humana. Hans Jonas, então, apresenta uma crítica à forma como a modernidade passou a entender a vida. O filósofo propõe resgatar algumas noções, como as de telos e de alma; para isso, ele se aproxima da filosofia de Aristóteles, especialmente da ideia de Scala Naturae apresentada no tratado Sobre a Alma, onde a alma é dividida em funções (vegetativa, sensitiva e racional). OBJETIVOS: O objetivo do presente projeto foi justamente o de entender melhor a relação entre Aristóteles e Jonas, que é central para entender a biologia filosófica jonasiana. MATERIAIS E MÉTODO: Quanto à metodologia, esta pesquisa baseou-se em uma revisão bibliográfica de cunho hermenêutico e crítico, tendo como principais atividades a consulta a livros, capítulos de livros e artigos acerca do tema. RESULTADOS: Relativamente aos resultados da pesquisa, evidenciou-se o seguinte: ao retomar criticamente esses conceitos de Aristóteles, Jonas reconhece que existem diferentes níveis de interioridade e liberdade na natureza, e é justamente por isso que cada forma de vida merece uma consideração ética proporcional à sua complexidade. Essa maneira de olhar para o mundo vivo ajuda a perceber a vida como um processo contínuo de expressão, em que o ser humano não ocupa um lugar de privilégio, mas representa apenas um dos muitos estágios possíveis dessa expressividade. Aliás, esse local em que o humano está o coloca em uma posição de responsabilidade com os outros seres. Nesse sentido, todos os seres são compreendidos como funcionais, que sentem e reagem, e isso lhes atribui valor. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir da aproximação entre os dois filósofos, torna-se possível defender uma biologia filosófica que leva a sério a realidade dos seres vivos, reconhecendo sua dimensão subjetiva e intencional; e isso restaura o valor da vida dos seres, tornando-se, então, uma ferramenta contra os ideais da modernidade mecanicista.
PALAVRAS-CHAVE: Hans Jonas; Aristóteles; Biologia Filosófica; Scala Naturae; Alma.
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