TRATAMENTO DA OBESIDADE: PERCEPÇÕES DOS PACIENTES OBESOS SOBRE A CAPACIDADE DE REALIZAÇÃO E DE ADESÃO: UM ESTUDO BASEADO NO ACTION-IO
INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença crônica reconhecida como epidemia mundial, demandando estratégias de longo prazo para tratamento e prevenção eficazes. Em Curitiba, 24.5% dos adultos apresentam obesidade, conforme dados da Vigitel 2023. Essa condição afeta a saúde física e a vida pessoal dos indivíduos, sobretudo devido a estigmas e crenças sociais. Preocupa o fato de que tais preconceitos também se manifestam no âmbito profissional. Segundo O’Keefe et al., muitos médicos acreditam que pacientes obesos têm pouco interesse ou motivação para controlar o peso. Seus achados indicam a necessidade de melhorar a compreensão da obesidade e a educação para seu manejo clínico, com o objetivo de aprimorar o tratamento e a adesão dos pacientes. Além disso, ressaltam que os pacientes estão motivados para perder peso, o que evidencia a oportunidade de iniciar precocemente discussões sobre estratégias de manejo. Considerando isso, torna-se essencial realizar um estudo nos ambulatórios da PUC-PR para traçar o perfil dos pacientes com obesidade. OBJETIVOS: Analisar como os pacientes com obesidade do ambulatório acadêmico do Hospital Universitário Cajuru da PUC-PR se percebem, se comportam e identificar atitudes e obstáculos presentes no cuidado efetivo da obesidade. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, prospectivo e não intervencionista. Foi utilizado um questionário baseado no estudo ACTION-IO (2019), adaptado para otimizar a pesquisa. A aplicação ocorreu no ambulatório acadêmico, com pacientes e acompanhantes aguardando atendimento. Os participantes responderam o questionário em papel, sendo as respostas posteriormente digitadas pelos pesquisadores em formulário eletrônico. O instrumento continha 42 perguntas fechadas. Variáveis categóricas foram descritas por frequência e percentual; variáveis quantitativas por média, desvio padrão, mediana, valor mínimo e máximo. A associação entre variáveis dicotômicas foi avaliada pelo teste exato de Fisher; para variáveis categóricas com mais de duas categorias, utilizou-se o teste do qui-quadrado, seguido da comparação entre grupos pelo teste Z, com ajuste de Bonferroni. O nível de significância adotado foi de 5%. As análises foram realizadas no IBM SPSS Statistics v.29.0. RESULTADOS: param 107 pacientes obesos que responderam ao questionário. Destes, 96 (89,7%) relataram já ter tentado controlar ou perder peso. Entre esses, 57 (62%) recuperaram o peso perdido após um período de 6 meses de manutenção mínima, enquanto 35 (38%) conseguiram manter a perda de peso. A comparação entre os dois grupos em relação aos métodos de controle de peso utilizados não mostrou associação significativa entre o método empregado e o sucesso na manutenção do peso perdido. Entretanto, a análise indicou associação significativa entre a recuperação do peso e o acompanhamento com profissional de saúde para controle do peso CONSIDERAÇÕES FINAIS: indicam que indivíduos com obesidade demonstram interesse no controle do próprio peso, apresentando maior adesão a métodos que promovem sua autonomia. O profissional de saúde desempenha papel fundamental na eficácia do tratamento, especialmente por meio de ações voltadas à educação em saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; ACTION-IO; Percepção; Tratamento; Perda de peso.
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