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LUTO EM CONTEXTO DE PÓS-PANDEMIA NO BRASIL: ESTUDO QUANTITATIVO SOBRE POSSÍVEIS IMPACTOS NO FENÔMENO

ROSAS, Luciana Soares ¹; VIACAVA, Juan José Camou ³; ESPERANDIO, Mary Rute Gomes ²
Curso do(a) Estudante: Psicologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Teologia – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Com o advento da pandemia de COVID-19, estudiosos/as têm se debruçado para compreender as possíveis repercussões dessa experiência no sentido de complicações no processo do luto. Este estudo dá sequência ao PIBIC anterior, investigando a experiência de luto no contexto de pós pandemia. OBJETIVOS: Investigar a experiência de perda e luto por pessoas falecidas no contexto de pós-pandemia de COVID-19. MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizada pesquisa de abordagem quantitativa, exploratória, descritiva, de corte transversal. Instrumentos utilizados: Questionário para levantamento de Dados Sociodemográficos, Escala de Luto Prolongado (PG-13-R), Índice de Bem-Estar Geral (WHO-5) e Escala Breve de Autocompaixão RESULTADOS: Participaram do estudo 426 pessoas enlutadas durante (n=302) e pós-pandemia (n=124). Dentre estas, 79,47% (coleta durante a pandemia) e 76,61% (período pós-pandemia) eram do sexo feminino. A média de idade das pessoas participantes nas coletas dos dois períodos foi, respectivamente, de 37,74 e 40,27 anos. Nas amostras do período de pós pandemia, 84,68% afirmam acreditar em Deus, sendo 33% Católicos; 10,48% de Evangélicos; 8,87% de Espíritas; 6,45% das Religiões Afro-brasileiras; 6,45% de outras religiões, e 29,03% da amostra afirmam acreditar em Deus mas não têm pertença religiosa. Os dados demonstraram que 26,2% dos/as enlutados/as durante a pandemia e 21,8% no pós-pandemia apresentaram indicativo de luto prolongado. As escalas de luto prolongado e de autocompaixão não apresentaram correlação estatisticamente significativa (p= 0,331). As variáveis PG-13-R e WHO-5 apresentaram correlação moderada negativa e significativa (r=-0,500 p<0,001), ou seja, quanto maior os níveis de sofrimento de luto, menor o bem-estar. Também indicaram que, quanto maior os níveis de sofrimento de luto, há uma redução significativa no bem-estar, que para o cenário da pandemia o bem-estar é significativamente mais baixo e que para o cenário da pandemia os níveis de sofrimento de luto têm maior impacto negativo no bem-estar do que no cenário pós-pandemia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O sofrimento da pessoa enlutada pode não diminuir com a passagem do tempo, especialmente ao se considerar o contexto de pandemia. Considerando que o Brasil ocupou o segundo lugar no ranking dos países com maior número de óbitos por COVID-19 no mundo, é possível que um número significativo da população esteja vivenciando um momento de maior sofrimento psicossocial relacionado ao luto, com impacto no bem-estar geral percebido no pós-pandemia. Em tempos de luto coletivo, a melhor compreensão dos impactos do luto no pós-pandemia para o contexto brasileiro é uma contribuição significativa para o desenvolvimento de Políticas Públicas que objetivem a promoção da dignidade e alívio do sofrimento dessa população.

PALAVRAS-CHAVE: Luto; Luto prolongado; Pós-Pandemia; Saúde Mental; Políticas-Públicas.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa CNPq no programa PIBIC.

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