O PROBLEMA DO RESSENTIMENTO EM NIETZSCHE E O SUPEREU FREUDIANO

INTRODUÇÃO: Nietzsche se autodenominava “médico da cultura”. Freud também assumiu um papel semelhante ao desenvolver uma clínica focada na análise das complexidades da existência humana no contexto do processo civilizatório. Este trabalho analisa o conceito de ressentimento na filosofia de Friedrich Nietzsche, explorando sua relação com as ideias de Supereu e de Mal-estar na cultura propostas por Sigmund Freud na psicanálise. OBJETIVOS: A pesquisa tem como objetivo principal compreender como o ressentimento nietzschiano pode contribuir à noção de Supereu e Mal-estar na cultura. MATERIAIS E MÉTODO: Para isso, a pesquisa utilizou uma metodologia de revisão integrativa da literatura, de caráter qualitativo e explicativo, realizando um levantamento de artigos publicados entre 2019 e 2024 que abordam diretamente os conceitos centrais do tema desse trabalho RESULTADOS: A análise dessas produções acadêmicas permitiu identificar um ponto de convergência importante: tanto Nietzsche quanto Freud entendem a cultura como responsável pela repressão dos impulsos humanos e pelo surgimento de conflitos internos. Nas duas perspectivas, o sujeito encontra-se dividido por forças psíquicas conflituosas, com o ressentimento, em Nietzsche, e o Supereu, em Freud, desempenhando papéis centrais no processo de formação da subjetividade e das dinâmicas de sofrimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, a articulação entre ressentimento e Supereu revela que o mal-estar psíquico é um destino constitutivo do indivíduo na sociedade civilizada, vinculado à repressão, à culpa e à negação dos impulsos internos. Conclui-se que apesar de ambos os autores indicarem a formação de uma instância normativa interna, a interação entre eles é limitada, e a comparação deve ser realizada com cuidado, levando em consideração as particularidades teóricas e metodológicas de cada área.

PALAVRAS-CHAVE: Nietzsche; Freud; Ressentimento; Supereu; Mal-estar na cultura.