TRABALHO, ESTADO E NEOLIBERALISMO: UM ESTUDO SOBRE A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO EM DUAS PLATAFORMAS DIGITAIS NO CONTEXTO BRASILEIRO
INTRODUÇÃO: O avanço do neoliberalismo e a expansão das plataformas digitais de intermediação de serviços transformaram profundamente o mercado de trabalho no Brasil e no mundo. No contexto brasileiro, empresas como Uber e iFood tornaram-se símbolos de um modelo de trabalho marcado pela flexibilidade aparente e pela ausência de garantias trabalhistas. A promessa de autonomia e altos rendimentos frequentemente esconde vínculos fragilizados, longas jornadas e insegurança financeira, características associadas à chamada uberização. Nesse cenário, compreender os impactos dessas transformações é essencial para debater o papel do Estado e as consequências sociais dessa nova forma de organização laboral. OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo analisar crítica e reflexivamente os vínculos existentes entre os trabalhadores brasileiros e as empresas Uber e iFood, buscando identificar de que maneira essas plataformas contribuem para a informalidade e a precarização das relações de trabalho, mesmo diante da promessa de autonomia e ganhos elevados. Além disso, pretende-se compreender os efeitos sociais e psicológicos desse modelo e avaliar as possíveis formas de resistência dos trabalhadores. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e caráter exploratório, baseada em revisão bibliográfica e documental de obras teóricas e estudos empíricos sobre neoliberalismo, precarização e trabalho em plataformas digitais, complementada por dados e relatórios disponíveis em bases científicas como SciELO, artigos acadêmicos e pesquisas institucionais. O recorte focou no contexto brasileiro e em dois casos específicos: Uber e iFood RESULTADOS: A análise evidenciou que, apesar da retórica de empreendedorismo e flexibilidade, a realidade das plataformas Uber e iFood é marcada pela ausência de direitos trabalhistas formais, pela instabilidade de renda e pela transferência de riscos e custos para os próprios trabalhadores. Identificou-se que a pressão por produtividade, as jornadas prolongadas e a constante instabilidade financeira afetam não apenas a saúde física e mental dos trabalhadores, mas também sua vida social e familiar. Observou-se ainda o surgimento de movimentos de mobilização e resistência, com greves e articulações coletivas, ainda que de difícil consolidação devido à fragmentação da categoria. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo aponta que a lógica neoliberal aplicada ao trabalho em plataformas digitais intensifica a precarização e enfraquece a proteção social no Brasil. Uber e iFood exemplificam como a tecnologia, embora amplie possibilidades de inserção no mercado, também pode aprofundar desigualdades e reforçar a vulnerabilidade dos trabalhadores.
PALAVRAS-CHAVE: Neoliberalismo; Ifood; Precarização do trabalho.
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