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MECANISMOS E CONSEQUÊNCIAS DA MITOSE TRIPOLAR E FUSÃO CELULAR NO CÂNCER: ESTUDO EM CÉLULAS DA ECTODERME E MESODERME

PERUSSI, Isabella de Cassia ¹; LISBOA, Mateus de Oliveira ³; BROFMAN, Paulo Roberto Slud ³; BROFMAN, Paulo Roberto Slud ³; FRACARO, Leticia ²; REBELATTO, Carmen Lucia Kuniyoshi ²
Curso do(a) Estudante: Ciências Biológicas – Bacharelado – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A mitose canônica é bipolar e gera duas células filhas geneticamente idênticas graças ao controle do ciclo dos centrossomos e ao funcionamento do checkpoint de montagem do fuso; quando esses mecanismos falham, podem surgir fusos multipolares. A mitose tripolar, caracterizada por três polos de fuso, promove segregação cromossômica desigual e gera células filhas aneuploides, sendo descrita em contextos patológicos (câncer, lesões pré-neoplásicas, infecções) e após exposições a agentes químicos. Defeitos na checagem de formação de fuso mitótico, alterações numéricas/estruturais de centrossomos, despolimerização de microtúbulos ou inibição da actina podem desencadear esse fenômeno, impactando instabilidade cromossômica, mosaicismo e heterogeneidade tumoral. OBJETIVOS: Caracterizar as possíveis causas e consequências da mitose tripolar. MATERIAIS E MÉTODO: Linhagens humanas MRC-5 (fibroblastos normais) e SAOS-2 (osteossarcoma) foram cultivadas; as células foram tratadas por 72 h com Nocodazol (0,1 µg/mL – C1; 0,2 µg/mL – C2) ou Citocalasina B (2 mg/mL – C1; 4 mg/mL – C2). A morfologia mitótica foi analisada por microscopia (contraste de fase/DAPI) e a viabilidade determinada pela porcentagem de células mortas. RESULTADOS: Basalmente, SAOS-2 apresentou ~3% de mitoses tripolares versus ~1% em MRC-5. Ambas as drogas aumentaram significativamente a tripolaridade, com picos em MRC-5 (≈18% com Nocodazole C1; ≈16% com Cyt-B C1) e efeito mais discreto em SAOS-2 (≈8,5% com Nocodazole C1). A concentração C2 não ampliou o efeito, sugerindo resposta não linear e possível redução de células que alcançam mitose em doses maiores. Mitoses tetrapolares também aumentaram, porém permaneceram menos frequentes que as tripolares. A viabilidade manteve-se elevada em MRC-5; em SAOS-2 houve queda significativa apenas com Cyt-B C1 (~18%), indicando maior sensibilidade à perturbação do citoesqueleto de actina. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A interferência na dinâmica de microtúbulos e actina converge para centrosome clustering, favorecendo fusos tripolares e aneuploidia. O protocolo é eficaz para induzir mitoses multipolares e investigar suas consequências; recomenda-se, em trabalhos futuros, ampliar a faixa de doses, aumentar o número de eventos quantificados e otimizar o cultivo da SH-SY5Y (maiores áreas totais de cultivo) para inclusão em análises comparativas.

PALAVRAS-CHAVE: Mitose multipolar; Instabilidade cromossômica; Citocalasina-B; Nocodazole; Centrosome clustering.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

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