EXPRESSÃO DE MARCADORES NEURONAIS DE CÉLULAS-TRONCO DE TECIDOS DENTÁRIOS APÓS A INDUÇÃO À DIFERENCIAÇÃO UTILIZANDO NEUROESFERAS
INTRODUÇÃO: As células-tronco mesenquimais derivadas de tecidos dentários, como a polpa dentária (DPSC) e a papila apical (SCAP), apresentam notável potencial de diferenciação neuronal devido à sua origem na crista neural, o que as torna candidatas promissoras para aplicações em medicina regenerativa, especialmente no contexto de doenças neurodegenerativas. OBJETIVOS: Avaliar e comparar a expressão de marcadores neuronais das DPSC e SCAP antes e após a indução à diferenciação neuronal e caracterizar as neuroesferas. MATERIAIS E MÉTODO: DPSC e SCAP foram isoladas, cultivadas até a quarta passagem e induzidas à formação de neuroesferas em cultivo 3D, utilizando fatores de crescimento como EGF e bFGF. As neuroesferas foram caracterizadas quanto ao seu diâmetro e classificadas como pequenas, médias e grandes. Posteriormente, as neuroesferas foram dissociadas e submetidas à diferenciação neuronal em cultivo 2D por 21 dias. A expressão dos marcadores Nestina e βIII-tubulina foi avaliada por imunofluorescência antes e após a indução, e a quantificação foi realizada utilizando o software ImageJ. RESULTADOS: Tanto DPSC quanto SCAP formaram neuroesferas já nos primeiros dias de cultivo, com predominância de esferas de tamanho médio (51–250 µm), que favorecem a manutenção de células-tronco viáveis e a diferenciação neuronal. Observou-se, ainda, que após a indução à diferenciação, as neuroesferas de DPSC apresentaram tamanho maior (56,8±2,4) do que as de SCAP (53±0,8), indicando maior capacidade de aglomeração sob essas condições. Em relação à expressão dos marcadores, ambas as fontes expressaram Nestina e βIII-tubulina mesmo antes da indução, corroborando sua origem neural. Após a diferenciação, a Nestina permaneceu expressa, indicando a presença de características progenitoras nas culturas, enquanto a βIII-tubulina apresentou aumento na expressão (p=0,0172), ao comparar DPSC e SCAP, o que reflete o avanço da diferenciação neuronal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esses achados confirmam o potencial neuronal de ambas as fontes celulares, com destaque para as DPSC, que apresentaram maior expressão de βIII-tubulina e maior capacidade de formação de estruturas tridimensionais. Ainda, o protocolo de diferenciação baseado no cultivo 3D seguido do 2D, favorece a expressão de marcadores neuronais em células-tronco de tecidos dentários, representando uma alternativa promissora para futuras aplicações terapêuticas em doenças neurodegenerativas.
PALAVRAS-CHAVE: Ectoderme; DPSC; SCAP; Βiii-tubulina; Nestina.
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