FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA EM USUÁRIAS DAS UNIDADES BÁSICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE EM LONDRINA-PR
INTRODUÇÃO: O câncer de mama representa um dos principais desafios para a saúde pública global, sendo atualmente a neoplasia maligna mais diagnosticada entre mulheres em todo o mundo, inclusive no Brasil, com impacto significativo na morbimortalidade feminina. Sua etiologia é multifatorial e envolve a interação de determinantes biológicos, genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais. Fatores como idade avançada, predisposição genética, exposição prolongada a estrogênios endógenos ou exógenos, presença de comorbidades e hábitos de vida não saudáveis contribuem para o aumento do risco. Nesse contexto, o diagnóstico precoce, a detecção de fatores de risco e a implementação de medidas preventivas constituem estratégias essenciais para reduzir a incidência e a mortalidade pela doença. A Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha papel central nesse processo, por meio do rastreamento organizado, da educação em saúde e do acompanhamento longitudinal das pacientes, especialmente em regiões com desigualdade de acesso a serviços especializados. OBJETIVOS: Avaliar os fatores de risco presentes em mulheres diagnosticadas com câncer de mama atendidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Londrina, no período de janeiro a dezembro de 2020. Como objetivos específicos, buscou-se identificar os principais fatores de risco relatados pelas pacientes e propor recomendações que possam subsidiar ações de prevenção e controle da doença na região. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, com abordagem qualitativa, desenvolvido por meio de entrevistas semiestruturadas com mulheres previamente diagnosticadas com câncer de mama. As informações obtidas foram sistematizadas em tabelas e analisadas à luz de evidências científicas atuais. RESULTADOS: Revelaram que a maioria das participantes era idosa, branca, casada e apresentava baixa escolaridade. Entre os principais fatores de risco identificados destacaram-se a presença de comorbidades, como hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, bem como histórico familiar positivo para câncer, sobretudo em parentes de primeiro grau. A idade média da menarca foi de 13,2 anos, enquanto o início da atividade sexual ocorreu, em média, aos 21 anos. Apenas uma participante fazia uso atual de contraceptivo oral. Observou-se que metade das entrevistadas possuía histórico familiar de câncer, reforçando a importância do componente hereditário. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O câncer de mama é influenciado por uma complexa rede de fatores, e a compreensão de seu perfil epidemiológico em nível local é fundamental para orientar intervenções direcionadas. Os achados reforçam a necessidade de intensificação das ações da APS voltadas ao rastreamento, à educação em saúde e ao aconselhamento individualizado de mulheres com fatores de risco identificados. Dessa forma, é possível contribuir para o diagnóstico em estágios iniciais, otimizar o tratamento e, consequentemente, melhorar a sobrevida e a qualidade de vida das pacientes.
PALAVRAS-CHAVE: Câncer de mama; Fatores de risco; Atenção Primária à Saúde; Fatores de Prevenção; Saúde da mulher.
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