INFLUÊNCIA DE VARIANTES GENÉTICAS RS2232365 E RS2294021 DO FOXP3 NO NEURODESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS
INTRODUÇÃO: Durante a gestação, ocorrem intensas modificações no organismo materno. As células T reguladoras (Tregs), marcadas pelo gene FOXP3, desempenham papel fundamental na imunotolerância materno-fetal. Variantes genéticas funcionais no FOXP3, como rs2232365 e rs2294021, parecem modular sua expressão e estão associadas a distúrbios imunes. O transtorno do espectro autista (TEA), um distúrbio do neurodesenvolvimento de etiologia multifatorial, tem sido relacionado a alterações imunológicas, incluindo disfunções em Tregs. Assim, investiga-se a possível associação entre variantes do FOXP3 e o neurodesenvolvimento infantil. OBJETIVOS: Investigar a influência das variantes rs2232365 e rs2294021 do gene FOXP3 no desenvolvimento infantil, utilizando as escalas ASQ, Bayley e Vineland. Busca-se também caracterizar os genótipos nas crianças avaliadas, comparar suas frequências com outras populações e analisar possíveis associações com os desfechos do neurodesenvolvimento e comportamento adaptativo. MATERIAIS E MÉTODO: As amostras de DNA foram obtidas de células da mucosa oral de crianças participantes do estudo COVIDEV. A genotipagem das variantes foi realizada por PCR. A análise estatística foi conduzida com os softwares GraphPad Prism 6 e SPSS 22.0, utilizando teste exato de Fisher e cálculo da Odds Ratio, com significância de p<0,05. RESULTADOS: O teste do pezinho apresentou maior variação entre genótipos, embora sem significância estatística. O modelo recessivo da variante rs2294021 mostrou valores elevados para o teste do pezinho, teste da orelhinha e internação em UTI, sugerindo que efeitos clínicos podem estar associados à homozigose recessiva. O teste da orelhinha indicou uma possível tendência de associação que merece investigação adicional com amostras maiores e ajustes por covariáveis. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados indicam uma possível influência recessiva da variante rs2294021 do gene FOXP3 em desfechos clínicos relacionados ao neurodesenvolvimento, sugerindo que a homozigose recessiva pode afetar alterações importantes nos primeiros meses de vida. Esse efeito pode estar associado à disfunção das células T reguladoras e ao comprometimento da imunotolerância materno-fetal, impactando negativamente o ambiente uterino e o desenvolvimento cerebral. Esses achados ressaltam a necessidade de estudos adicionais para explorar o papel das variantes do FOXP3 como biomarcadores e potenciais alvos terapêuticos em transtornos do neurodesenvolvimento.
PALAVRAS-CHAVE: FOXP3; Variantes genéticas; Neurodesenvolvimento; Rs2294021.
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