Logo PUCPR

PERCEPÇÃO DAS ONDAS DE CALOR E ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS DO CLIMA

VIEIRA, Sarah Canci ¹; ROQUE, Ketlyn Cunha ³; SILVA, Luciene Pimentel da ²
Curso do(a) Estudante: Arquitetura e Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Arquitetura e Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) definiu as ondas de calor como fenômenos meteorológicos caracterizados por período excessivamente quente e desconfortável, em que as temperaturas ficam acima de um índice normal esperado para aquela região e período de tempo, com um mínimo de três dias com temperatura 5oC acima da média de temperaturas máximas esperadas para aquele período. Desastres deflagrados por eventos meteorológicos extremos estão mais vigentes, e existem evidências acumuladas da intensificação das ondas de calor. OBJETIVOS: Avaliar a percepção de risco de ondas de calor a fim de promover a adaptação aos impactos nas populações socioeconomicamente e ambientalmente vulneráveis por meio dos abrigos do clima. Como também compreender as problemáticas socioambientais relacionadas à gestão urbana a fim de amenizá- las. MATERIAIS E MÉTODO: O objeto de pesquisa são os moradores do Bairro do Boqueirão em Curitiba, Paraná, que residem próximos às margens do Rio Belém. Esta pesquisa possui uma abordagem exploratória e participativa, centrada na interação com a população local, e compreendeu: (i) revisão sistemática da literatura e análise bibliométrica; e (ii) pesquisa de campo, envolvendo entrevistas semiestruturadas com moradores do Boqueirão. RESULTADOS: Foram identificadas 626 publicações. Com a aplicação de todos os filtros e critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 112 artigos. Foi identificado que as ondas de calor, embora tratadas em estudos sobre mudanças climáticas, ainda apresentam diferentes definições e abordagens nos artigos da área. Com relação à pesquisa de percepção, foram obtidas 248 respostas, sendo que 54,4 mulheres, e entre todos os entrevistados 46,8% tinham mais que 50 anos, 50,3% tinham concluído até o ensino médio, e 10,1% o ensino superior completo. Dos respondentes, 81,8% vivem na região há mais de 4 anos, e 86,7% afirmaram sentir que o calor tem aumentado. Os participantes destacaram outras questões e não o calor como os principais problemas ambientais. Ainda assim, 63,3% dos respondentes demonstraram preocupação com o aumento do calor e seus impactos. Diante de uma grave onda de calor; 41,5% dos participantes afirmam não confiar na capacidade da prefeitura em proteger a saúde pública nesse contexto. As medidas de refrescamento mais recorrentes citadas foram o uso do ventilador e a hidratação. A ação para mitigar os efeitos das ondas de calor mais destacada (161 pessoas) foi a construção de espaços de sombra e áreas públicas climatizadas (abrigos do clima). O plantio de árvores e criação de áreas verdes também foi valorizado. Por fim, a gravidade do problema dividiu opiniões; sendo que “muito importante” e “importante” tenham recebido 90 e 82 votos, respectivamente. Foram 62 respostas como indiferente, e de 10 a 20 declararam que “não há o que fazer, revelando um sentimento de fatalismo presente, o que pode influenciar na aceitação e engajamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As políticas públicas voltadas à mitigação do calor em bairros populares devem aliar infraestrutura climática com ações de educação climática, escuta territorial e articulação intersetorial. O urbanismo climático não pode se desvincular da justiça ambiental, uma vez que o calor extremo não afeta a todos igualmente.

PALAVRAS-CHAVE: Aquecimento global; Curitiba; Calor urbano; Percepção ambiental; Saúde urbana.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

QUERO VOTAR NESTE TRABALHO

Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.