QUESTÕES AMBIENTAIS DA IA: UMA ANÁLISE ÉTICA A PARTIR DO FILÓSOFO LUCIANO FLORIDI
INTRODUÇÃO: A inteligência artificial (IA) generativa tem ocupado posição de destaque nos debates sobre inovação tecnológica, sendo frequentemente associada à eficiência, produtividade e avanço social. No entanto, seus impactos ambientais, especialmente aqueles relacionados ao consumo de água e energia, permanecem amplamente negligenciados. A crescente dependência de data centers para o funcionamento de sistemas de IA intensifica a demanda por recursos naturais escassos, como a água, necessária para o resfriamento contínuo de servidores. Diante desse contexto, este trabalho teve como objetivo analisar criticamente os impactos ambientais da IA generativa, com ênfase no consumo hídrico, à luz da ética informacional proposta por Luciano Floridi. Buscou-se também compreender como os princípios éticos podem contribuir para a formulação de modelos de governança digital mais sustentáveis e socialmente responsáveis. OBJETIVOS: Investigar o consumo de recursos hídricos na indústria de IA considerando tanto o treinamento de modelos de IA generativa quanto o uso cotidiano de sistemas de IA por usuários comuns, e avaliar seu impacto ambiental. Explorar as implicações éticas do uso da IA para o desenvolvimento e implementação de políticas e regulamentações que incentivem práticas sustentáveis e responsáveis na indústria de tecnologia, especialmente no que diz respeito ao consumo de água. Analisar a perspectiva de Luciano Floridi sobre a ética da IA destacando sua relevância para a questão ambiental, e investigar como princípios éticos, como transparência, controle dos dados pessoais e inclusão, podem ser aplicados para promover o desenvolvimento e uso responsável da IA em relação ao meio ambiente. MATERIAIS E MÉTODO: A metodologia adotada consistiu na revisão bibliográfica interdisciplinar e na análise de dados secundários extraídos de bases internacionais, relatórios institucionais e publicações especializadas, com foco comparativo entre países com distintas infraestruturas digitais e condições hídricas. RESULTADOS: Evidenciou-se também a ausência de normativas internacionais específicas sobre o uso de recursos naturais pela IA, o que reforça a necessidade de incorporação de critérios ecológicos nos marcos regulatórios do setor. A análise ético-filosófica demonstrou que princípios como responsabilidade moral, sustentabilidade, transparência e inclusão podem orientar a construção de políticas públicas mais comprometidas com a justiça ambiental e com a equidade global no acesso e nos custos da tecnologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a governança da inteligência artificial deve superar a lógica da autorregulação corporativa e incorporar mecanismos jurídicos, éticos e técnicos capazes de reduzir os danos ambientais e assegurar um desenvolvimento tecnológico mais justo e sustentável, sobretudo em contextos marcados por desigualdades estruturais e vulnerabilidade ecológica.
PALAVRAS-CHAVE: Inteligência Artificial Generativa; Impactos Ambientais; Governança Digital; Ética Informacional.
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