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AVALIAÇÃO DE FATORES ASSOCIADOS EM INDIVÍDUOS COM ESCORE DE CÁLCIO ZERO SUBMETIDOS À ANGIOTOMOGRAFIA CORONARIANA

BINOTTO, Pedro Henrique Brambila Rodrigues ¹; NETO, Jose Rocha Faria ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O Escore de cálcio coronariano (EC) é uma ferramenta amplamente utilizada para a estratificação de risco cardiovascular em pacientes assintomáticos. Diversos estudos demonstram que um Escore de cálcio coronariano igual a zero (EC=0) está associado a baixo risco de eventos cardiovasculares a longo prazo. No entanto, esse método pode não detectar a presença de placas ateroscleróticas não calcificadas, que também podem representar risco clínico relevante. A angiotomografia computadorizada coronariana (Angio-TC) tem se mostrado eficaz na avaliação detalhada das artérias coronárias, permitindo a identificação e caracterização de placas ateroscleróticas, inclusive aquelas não calcificadas. OBJETIVOS: Identificar fatores associados à presença de placas ateroscleróticas não calcificadas em pacientes com EC=0, submetidos à Angio-TC. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo observacional, transversal e retrospectivo, com análise de 2.848 pacientes com EC=0, submetidos à Angio-TC em centro de referência em diagnóstico por imagem, em Curitiba–PR, entre janeiro de 2012 e outubro de 2021. Os dados foram extraídos de banco institucional e analisados de forma anonimizada. Foi ajustado um modelo de regressão logística binária para identificar fatores associados à presença de placas ateroscleróticas não calcificadas nos pacientes com EC=0. As variáveis clínicas testadas foram: idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, diabetes mellitus (DM), tabagismo, sedentarismo e presença de dor torácica típica. As análises estatísticas foram realizadas no software JASP® (versão 0.19.3), considerando nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95% (IC95%), com cálculo da odds ratio (OR) e avaliação da performance do modelo por meio da área sob a curva ROC. RESULTADOS: dentre os 2.848 pacientes com EC-0, 338 indivíduos (11,9%) apresentaram placas ateroscleróticas não calcificadas detectadas pela Angio-TC. Foi ajustado um modelo de regressão logística multivariada para identificar preditores independentes associados à presença dessas placas. Os fatores significativamente associados foram: sexo masculino (OR = 3,41; IC95%: 2,65–4,40), idade (OR = 1,04; IC95%: 1,03–1,05), DM (OR = 1,91; IC95%: 1,38–2,63), dislipidemia (OR = 1,42; IC95%: 1,12–1,80), tabagismo (OR = 1,45; IC95%: 1,08–1,96) e dor torácica típica (OR = 2,15; IC95%: 1,38–3,35). CONSIDERAÇÕES FINAIS: apesar do EC=0, uma proporção relevante de pacientes (11,9%) apresentou placas não calcificadas na Angio-TC. A presença dessas lesões esteve associada, de forma independente, a fatores de risco clássicos para doença aterosclerótica, como idade avançada, sexo masculino, DM, dislipidemia, tabagismo e dor torácica típica. Esses achados reforçam a importância do rígido controle dos fatores de risco modificáveis e da avaliação individualizada de cada paciente, especialmente na presença de múltiplos fatores de risco ou sintomas. A Angio-TC pode ser uma ferramenta útil para complementar a estratificação de risco em casos selecionados, mesmo quando o EC é zero.

PALAVRAS-CHAVE: Aterosclerose; Escore de Calcio; Risco Cardiovascular.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.

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