AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS CANINOS SUBMETIDOS À BUPRENOFRINA TRANSDÉRMICA PELA APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA E DA ESCALA MODIFICADA DE GLASGOW

INTRODUÇÃO: O aumento da expectativa de vida dos cães, associado aos avanços nos cuidados veterinários e à maior atenção dos tutores, tem contribuído para o crescimento na incidência de doenças crônicas, como as neoplasias. Estas se destacam entre as principais causas de mortalidade em cães idosos, sendo frequentemente acompanhadas por dor oncológica, que compromete significativamente o bem-estar físico e emocional dos pacientes. OBJETIVOS: Avaliação da qualidade de vida de pacientes oncológicos caninos submetidos ao uso do fármaco analgésico Buprenorfina na forma transdérmica. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo foi realizado entre dezembro de 2024 e maio de 2025. Foram incluídos 10 cães diagnosticados com neoplasias, de ambos os sexos e cinco raças distintas. Foram realizadas três avaliações, onde na primeira avaliação (AV1), foram realizados anamnese, exame físico, aplicação do Questionário de Qualidade de Vida (QDV) e da Escala Modificada de Glasgow. Em seguida, aplicou-se o adesivo transdérmico de buprenorfina (Restiva®), na posologia de 20 μg/kg, após tricotomia da região cervico-torácica ou torácica e limpeza previa, posteriormente protegido com atadura de crepe. As reavaliações ocorreram no 3º dia (AV2), período no qual se tem o pico de concentração plasmática da buprenorfina por via transdérmica e 7º dia (AV3) que correspondia ao término da efetividade analgésica do adesivo, em ambas as avaliações os procedimentos iniciais foram reiterados. Após a AV3, os adesivos foram removidos e devidamente descartados. RESULTADOS: Após as três avaliações constatou-se uma eficácia analgésica em 80 % dos pacientes avaliados pela Escala Modificada de Glasgow. A utilização da via transdérmica mostrou-se uma alternativa promissora, com potencial de aplicação prática na rotina clínica, especialmente em situações que exigem cuidados paliativos ou em que a administração oral de medicamentos é dificultada. Durante a pesquisa apenas um paciente apresentou efeitos colaterais decorrente do uso da buprenorfina transdérmica, como anorexia, constipação e vômitos, dessa maneira sendo excluído do estudo. Além disso, observou-se a piora de um paciente, durante as avaliações através da Escala Modificada de Glasgow, porém este paciente era portador de linfoma cutâneo epiteliotrópico já em estágio avançado. Embora não se trate de uma solução definitiva, os resultados observados reforçam a importância do manejo adequado da dor oncológica e da adoção de terapias que priorizem o conforto e o bem-estar animal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Escala Modificada de Glasgow, mostrou-se uma ferramenta eficaz, de fácil aplicação e sensível a dor de forma objetiva, auxiliando na escolha adequada de analgesias como a Buprenorfina transdérmica, sendo uma ferramenta útil e segura na medicina veterinária, contribuindo significativamente para a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

PALAVRAS-CHAVE: Cães; Dor oncológica; Buprenorfina transdérmica; Qualidade de vida; Medicina veterinária.