COMPETIÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO DA POLPA DENTÁRIA
INTRODUÇÃO: Células-tronco da polpa dentária (DPSC) são uma fonte promissora de células-tronco mesenquimais (CTM) e destacam-se pela coleta pouco invasiva e potencial neurogênico, com potencial aplicação em medicina regenerativa. Estudos indicam a existência de subpopulações com comportamentos distintos dentro das DPSC, o que reforça a importância de caracterizar suas propriedades biológicas. Avaliar a competição celular entre essas subpopulações pode revelar diferenças proliferativas relevantes para padronização de culturas e otimização de protocolos. OBJETIVOS: Co-cultivar as subpopulações de DPSC da coroa e da raiz e comparar a sua vantagem proliferativa. MATERIAIS E MÉTODO: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCPR (5.409.680). Foram coletados cinco dentes permanentes de pacientes com idades entre 18 e 25 anos. As polpas dentárias foram seccionadas para o isolamento e cultivo das células-tronco da polpa dentária da coroa (DPSC-C) e da raiz (DPSC-R). Para a caracterização das subpopulações, foi realizado um ensaio de unidade formadora de colônias fibroblastóides (CFU-F) e avaliação do potencial de diferenciação em linhagem adipogênica e osteogênica por coloração e quantificação. A taxa de proliferação celular em 24 horas foi avaliada por citometria de fluxo utilizando o kit Click-iT™ EdU. Para avaliar a vantagem proliferativa entre as subpopulações, as DPSC-R foram coradas com o corante PKH26 (vermelho) e as DPSC-C com PKH67 (verde). As duas populações celulares foram co-cultivadas em densidades de 100.000 e 60.000 células em frascos de 75 cm2, e também em 20.000 e 30.000 células por poço, durante quatro dias. Ao final do cultivo, as amostras nos frascos foram avaliadas por citometria de fluxo. Para análise por microscopia óptica, as células nos poços foram fixadas e seus núcleos foram corados com 4′,6-diamidino-2-fenilindol (DAPI), sendo posteriormente fotografadas. RESULTADOS: Após o isolamento, as DPSC-C e DPSC-R apresentaram morfologia fibroblastóide e aderência ao plástico, características de CTM. O ensaio de CFU-F demonstrou diferença significativa entre as subpopulações (p=0,0014), com as DPSC-R formando um número significativamente maior de colônias (5,83±2,52) em comparação às DPSC-C (2,58±1,78). Após a diferenciação adipogênica, ambas as subpopulações apresentaram poucos e pequenos vacúolos lipídicos. Na diferenciação osteogênica, DPSC-R e DPSC-C apresentaram cristais de cálcio. Para a proliferação celular, as DPSC-R apresentaram uma taxa maior (75,48%±14,05) em relação às DPSC-C (45,78%±22,08; p=0,0348). No co-cultivo, observou-se uma média de 41,5% de DPSC-C (41,55 ± 0,78) e 53,6% de DPSC-R (53,65 ± 3,75) entre as células marcadas, evidenciando uma vantagem proliferativa das DPSC-R em relação às DPSC-C. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As DPSC-R apresentaram maior capacidade proliferativa e clonogênica em relação às DPSC-C, sugerindo uma vantagem durante o cultivo. No entanto, outras características funcionais podem diferenciar essas subpopulações e devem ser exploradas em estudos futuros para aplicação em medicina regenerativa.
PALAVRAS-CHAVE: Subpopulações; Raiz; Coroa; Marcação; Proliferação.
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