AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE MENTAL DO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR
INTRODUÇÃO: A saúde mental dos docentes do ensino superior tem se tornado uma preocupação crescente diante das intensas exigências institucionais, da sobrecarga de trabalho e das fragilidades nas condições de ensino, que impactam diretamente o bem-estar psíquico dos professores. Esse cenário é especialmente relevante em instituições privadas, onde a lógica produtivista e a precarização das relações de trabalho têm gerado desgaste emocional, estresse, esgotamento físico e sintomas de sofrimento mental. Compreender os fatores que influenciam a qualidade de vida e a saúde mental desse grupo profissional é essencial para a formulação de políticas institucionais de cuidado. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo analisar os níveis de qualidade de vida e possíveis indícios de sofrimento psíquico dos professores da Escola de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Especificamente, buscou-se articular os resultados obtidos com instrumentos validados com a literatura científica, de modo a mapear riscos psicossociais e contribuir com estratégias de promoção de saúde no contexto universitário. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa foi realizada entre agosto de 2024 e julho de 2025, e dividida em duas etapas: uma revisão de literatura com 26 artigos científicos analisados e uma investigação empírica com 60 docentes da Escola, a partir da aplicação dos instrumentos WHOQOL-BREF e SRQ-20. Os dados coletados foram tratados de forma quantitativa e qualitativa, permitindo uma análise integrada entre os escores de saúde mental e de qualidade de vida. RESULTADOS: Os resultados demonstraram que 17% dos professores apresentaram indícios de sofrimento psíquico segundo o SRQ-20, enquanto a percepção da qualidade de vida foi predominantemente classificada como regular em todos os domínios avaliados pelo WHOQOL-BREF. A análise cruzada dos instrumentos revelou a existência de diferentes perfis docentes, com destaque para um grupo vulnerável que combina sofrimento mental e baixa qualidade de vida. Esses achados indicam a importância de intervenções institucionais que contemplem tanto o cuidado psicológico quanto a valorização das condições de trabalho e das relações interpessoais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a saúde mental docente é um fenômeno multifacetado que requer urgentemente ações integradas, contínuas e sensíveis às especificidades do cotidiano acadêmico.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde mental; Qualidade de vida; Docência no ensino superior; Sofrimento psíquico; Bem-estar docente.
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