ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE COELHOS CRIADOS AO AR LIVRE COMPARADO AO SISTEMA CONVENCIONAL
INTRODUÇÃO: O enriquecimento ambiental é utilizado para melhorar o bem-estar animal. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da criação de coelhos ao ar livre no comportamento de coelhos desmamados comparado ao sistema convencional de criação. MATERIAIS E MÉTODO: Foram utilizados 86 filhotes e 14 matrizes da raça Nova Zelândia, divididos em dois grupos experimentais “convencional” (C) e grupo “enriquecido” (E), nascidos de mães submetidas ao mesmo tratamento, dispostos no mesmo ambiente. O grupo C foi alojado em gaiolas (80 × 60 × 40 cm) com comedouro, bebedouro, suporte para feno e apoio para as patas. O grupo E foi mantido em cercados amplos (3,8 × 3 m), equipados com áreas para escavação e construção de ninhos, troncos como abrigos, blocos de madeira não tratada, forragens nativas e plataformas. A dieta foi padronizada para ambos os grupos. Após o período de adaptação das matrizes e durante a reprodução foi avaliado aceitabilidade do macho, após o nascimento foram avaliados os cuidados maternos, após o desmame todos os filhotes foram submetidos individualmente a testes comportamentais em uma arena (120 × 120 cm) dividida em nove quadrantes, incluindo: o teste de Campo Aberto (CA); o teste do Objeto Novo (NO); o teste de Reconhecimento de Objeto Novo (RNO); o teste de Interação Social (IS); o teste de Reunião. Ademais, foi realizada a quantificação de creatina quinase para avaliação de atividade física e a captura de imagens termográficas para avaliação do estresse. Os dados foram analisados por meio do software BORIS®. A regressão linear mista foi utilizada para avaliar os efeitos dos dois tratamentos sobre os comportamentos coletados. O sexo foi incluído como covariável, e a Mãe e o Pai foram considerados efeitos aleatórios. RESULTADOS: As coelhas do tratamento E apresentaram maior aceitabilidade do macho (p=0,01) quando compradas ao tratamento C. Para qualidade de ninho, não houve diferença significativa. Para análise dos cuidados maternos a frequência de visitação e inspeção de ninho foi menor no tratamento E (p=0,04). No teste de reconhecimento de novo objeto, o tratamento E apresentou tendência a interagir menos (p=0,06). No teste de interação social, o tratamento E saltou menos (p=0,02), teve menor frequência de contato (p=0,03), tendência de maior tempo de interação (p=0,07) e de machos interagirem mais (p=0,09). No teste de reunião mãe–filhote, houve tendência de maior tempo de interação no tratamento E (p=0,07), enquanto o tratamento C apresentou maior quantidade de lambida social (p=0,007). Na quantificação de creatina quinase, não houve diferença (p=0,57). Na termografia infravermelha, o enriquecido apresentou maior temperatura no Período B (p=0,03) e tendência de fêmeas terem temperatura ligeiramente superiores (p=0,07). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, o estudo destaca o impacto de ambientes enriquecidos nocomportamento e fisiologia de coelhos da raça Nova Zelandia.
PALAVRAS-CHAVE: Enriquecimento ambiental; Comportamento animal; Termografia infravermelha; Creatina quinase; Coelhos.
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