METILAÇÃO E EXPRESSÃO DE GENES ENVOLVIDOS NA FERROPTOSE CEREBRAL E MUSCULAR NA DOENÇA DE PARKINSON EXPERIMENTAL
INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva, caracterizada principalmente pela degeneração de neurônios dopaminérgicos na substância negra, o que resulta em sintomas motores e não motores. Entre os diversos mecanismos envolvidos na fisiopatologia da DP, destaca-se a ferroptose — uma forma regulada de morte celular, dependente de ferro e associada ao desequilíbrio da homeostase redox. Considerando o potencial envolvimento da ferroptose na neurodegeneração, este estudo investigou a expressão e os padrões de metilação de genes relacionados a essa via, com ênfase no papel do exercício físico como intervenção não farmacológica. OBJETIVOS: O objetivo principal foi avaliar a expressão e os perfis de metilação de genes associados à ferroptose (como SLC7A11, GPX4, FSP1, BDNF e NRF2) em tecidos cerebral e muscular de um modelo experimental de DP induzido por 6-hidroxidopamina (6-OHDA). MATERIAIS E MÉTODO: Foram utilizados ratos Wistar adultos, alocados inicialmente em dois grupos principais: com ou sem intervenção por exercício físico. Os animais do grupo treinado foram submetidos a um protocolo de exercício aeróbico em esteira ergométrica durante oito semanas, cinco vezes por semana, com intensidade progressiva ajustada entre 50% e 70% da velocidade máxima individual obtida em um teste de esforço incremental realizado previamente. Após o período de treinamento e a realização dos testes comportamentais, os animais foram submetidos à cirurgia estereotáxica para infusão de 6-hidroxidopamina (6-OHDA) no corpo estriado, sendo alocados nos grupos lesão (DP) ou SHAM (controle cirúrgico). O protocolo experimental incluiu ainda a fase de ambientação à esteira, a monitorização do desempenho físico, a indução da Doença de Parkinson, bem como a avaliação comportamental para validação da lesão dopaminérgica. Ao final do experimento, os tecidos cerebral e muscular foram coletados para análises moleculares (RT-qPCR), bioquímicas (marcadores de estresse oxidativo, como GSH e MDA) e histológicas (imuno-histoquímica). RESULTADOS: Os resultados mostraram que a indução da DP promoveu uma redução significativa nos níveis de glutationa reduzida (GSH), indicando comprometimento do sistema antioxidante. No entanto, os animais submetidos ao exercício físico apresentaram recuperação parcial dos níveis de GSH, sugerindo um efeito modulador do exercício sobre o estresse oxidativo. A análise de malondialdeído (MDA) não revelou diferenças significativas entre os grupos. A expressão do gene SLC7A11 foi parcialmente avaliada por RT-qPCR, com resultados limitados por falhas técnicas, como amplificações fora da faixa padrão. As curvas de dissociação evidenciaram a necessidade de ajustes metodológicos. A análise de metilação ainda não foi concluída, estando prevista para as etapas subsequentes. A imunohistoquímica confirmou a efetividade do modelo de lesão dopaminérgica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: os achados preliminares apontam para o envolvimento da ferroptose na DP e indicam que o exercício físico pode modular positivamente os mecanismos antioxidantes relacionados a essa via. A inclusão de dados sobre estresse oxidativo complementa os objetivos do estudo, enquanto os ajustes técnicos em curso permitirão aprofundar a investigação dos mecanismos epigenéticos associados à neurodegeneração.
PALAVRAS-CHAVE: Doença de Parkinson; Ferroptose; Estresse oxidativo; Glutationa; Exercício físico.
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