SUPERANDO BARREIRAS: ESTUDO DAS EXPERIÊNCIAS DE TUTORES DURANTE O TRATAMENTO DE GATOS COM ESPOROTRICOSE
INTRODUÇÃO: A esporotricose é uma micose subcutânea de caráter zoonótico causada por fungos do gênero Sporothrix spp. Atualmente, a esporotricose é um problema de saúde pública no Brasil. Neste cenário, os gatos domésticos são os mais afetados e também os principais disseminadores zoonóticos da doença. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo elaborar um questionário para identificar os desafios enfrentados por responsáveis durante o tratamento de gatos com esporotricose em ambiente domiciliar ou Organizações Não Governamentais (ONGs). MATERIAIS E MÉTODO: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o parecer nº 7.559.185. O questionário foi disponibilizado de forma on-line por meio da plataforma Qualtrics XM. As respostas foram coletadas de maio até julho de 2025. Destaca-se que a participação dos respondentes era completamente anônima, voluntária e restrita a indivíduos maiores de 18 anos que já haviam tratado ou estavam tratando gatos com esporotricose. Para acessar o questionário, todos os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O questionário era composto por 36 perguntas distribuídas em cinco seções: (1) conhecimentos gerais sobre a esporotricose, (2) informações demográficas dos gatos acometidos, (3) desafios enfrentados durante o tratamento, (4) impacto da doença na saúde humana e (5) dados sociodemográficos dos respondentes. Para que a pesquisa pudesse alcançar o público alvo foi realizada uma divulgação por meio de redes sociais (Instagram, WhatsApp, Facebook e e-mail para pesquisadores da área) e também por meio de cartazes colocados em locais como clínicas veterinárias, Centros de Controle de Zoonoses e campus da PUCPR. RESULTADOS: Foram obtidos 108 questionários completos de responsáveis por gatos tratados para esporotricose felina.A análise das respostas obtidas evidenciou que os principais desafios enfrentados durante o tratamento da esporotricose felina são o tempo prolongado de tratamento, dificuldade de isolar o gato, administrar a medicação e os custos associados ao tratamento. A maioria dos participantes demonstrou conhecimento adequado sobre a doença, mas muitos relataram limitações, estruturais ou emocionais, para isolar o gato acometido de acordo com as recomendações de biossegurança. A medicação foi adquirida majoritariamente de forma particular pelo responsável do animal em farmácias humanas ou veterinárias. Ademais, diversos respondentes relataram que o suporte oferecido por instituições públicas de saúde foi insuficiente. Apesar destes desafios, destacam-se relatos quanto ao vínculo afetivo do respondente com o gato, sendo este relatado como fator de motivação para a adesão e continuidade do tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nossos resultados demonstram que os responsáveis de gatos tratados, ou em tratamento, para esporotricose enfrentam não apenas desafios clínicos e financeiros, mas também emocionais.
PALAVRAS-CHAVE: Felinos; Saúde Pública; Sporothrix brasiliensis; Saúde Única; Zoonose.
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