IMPACTO DA TONTURA, VERTIGEM NAS ATIVIDADES COTIDIANAS E NO CONTROLE POSTURAL DOS PACIENTES COM MIGRÂNEA VESTIBULAR ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NEUROLOGIA
INTRODUÇÃO: A migrânea vestibular é uma condição neurovascular que combina sintomas de enxaqueca com manifestações vestibulares, como tontura e vertigem, impactando significativamente a qualidade de vida e a produtividade. Predominante em mulheres, sua prevalência na população geral varia entre 1% e 2,7%. Apesar de ser reconhecida há décadas, apenas recentemente recebeu critérios diagnósticos claros por meio da Classificação Internacional dos Distúrbios Vestibulares. Devido à diversidade de sintomas e à ausência de tratamentos específicos, torna-se fundamental aprofundar a investigação clínica para melhorar o diagnóstico e o manejo terapêutico desses pacientes. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo geral avaliar o impacto da MV nas atividades cotidianas e no controle postural de pacientes. Especificamente, buscou-se caracterizar o perfil demográfico, antropométrico e de saúde, além de analisar limitações funcionais (VADL) e alterações de equilíbrio (TUG, FRT, Romberg). MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, vinculado a um projeto previamente aprovado pelo Comitê de Ética da PUCPR. Foram incluídos 12 pacientes de ambos os sexos, entre 18 e 60 anos, com diagnóstico de migrânea vestibular atendidos no Ambulatório de Neurologia da PUCPR – Câmpus Londrina. A coleta de dados, iniciada em outubro de 2024, envolveu entrevista estruturada, aplicação do questionário “Vestibular Disorders Activities of Daily Living Scale” (VADL) e realização dos testes clínicos Timed Up and Go (TUG), Functional Reach Test (FRT) e Romberg. A análise dos dados foi descritiva, com organização em planilhas do Excel® e interpretação crítica dos resultados, com foco nos impactos funcionais e posturais relacionados à migrânea vestibular. RESULTADOS: A amostra foi composta majoritariamente por mulheres brancas. A maioria das participantes (66,7%) apresentou sobrepeso, e 58,3% exibiram circunferência abdominal indicativa de risco cardiometabólico elevado. Observou-se alta prevalência de sono não reparador (58,3%) e sedentarismo (66,6%). As comorbidades mais comuns foram hipertensão arterial, dislipidemia e hipotireoidismo. No VADL, as maiores limitações foram reportadas nos domínios funcional e de locomoção. Nos testes de equilíbrio, a mediana do TUG (6,99s) e do FRT (41cm) sugeriu um controle de equilíbrio dinâmico e funcional preservado na amostra testada. No entanto, o Teste de Romberg foi positivo para instabilidade postural em grande parte das participantes na condição de apoio com olhos fechados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo revelou que as pacientes com migrânea vestibular atendidas no ambulatório apresentam um perfil de risco cardiometabólico elevado, com sobrepeso, sedentarismo e comorbidades associadas. As limitações funcionais mais significativas foram observadas em atividades cotidianas básicas e de locomoção, indicando um impacto direto na rotina diária. Embora o equilíbrio dinâmico e o alcance funcional pareçam preservados, a instabilidade postural em condições desafiadoras (olhos fechados) sugere uma deficiência no controle postural que merece atenção. Esses achados reforçam a necessidade de uma abordagem terapêutica que não se limite apenas ao tratamento da migrânea, mas que também inclua intervenções voltadas para o controle de comorbidades e a reabilitação do equilíbrio e da funcionalidade.
PALAVRAS-CHAVE: Migrânea Vestibular; Vertigem; Enxaqueca; Tontura; Distúrbios vestibulares.
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