PIORA DOS SINAIS CLÍNICOS E COMPLICAÇÕES APÓS A OTOENDOSCOPIA EM CÃES COM OTITE EXTERNA
INTRODUÇÃO: A otoendoscopia é uma técnica minimamente invasiva que permite a avaliação detalhada da orelha externa e média, auxiliando no diagnóstico e manejo da otite crônica. Apesar dos benefícios, a literatura ainda não apresenta evidências conclusivas sobre possíveis pioras clínicas após o procedimento, especialmente em medicina veterinária. OBJETIVOS: Esta pesquisa possui como objetivo estudar a associação entre a piora ou as complicações dos sinais de otite após o procedimento, e determinar relações entre a piora ou complicações com os achados otoendoscópicos, epidemiológicos e evidências clínicas. MATERIAIS E MÉTODO: Foram incluídos na pesquisa apenas cães com diagnóstico clínico de otite externa crônica com indicação médica para realização de otoendoscopia e autorização formal por parte dos responsáveis. A coleta de dados consistiu na análise dos prontuários clínicos dos animais, diálogos com a equipe veterinária, observação direta da otoendoscopia, além de entrevistas e aplicação do questionário aos tutores no dia do procedimento (dia 0) e 15 dias após. RESULTADOS: Dois animais foram incluídos na pesquisa durante o período de vigência deste projeto. A paciente 1 possuía neoplasias e obstruções múltiplas nos condutos auditivos, que impossibilitaram a progressão do otoscópio ao conduto horizontal, bem como a visualização completa do conduto vertical e horizontal e da membrana timpânica. A paciente 2 possuía diabetes mellitus e otite média, passou por miringotomia em orelha direita e tinha membrana timpânica rompida em orelha esquerda. Após o procedimento, ambos os pacientes demonstraram melhora dos sinais clínicos e desconforto, com redução dos sintomas entre 33% e 100%. Observou-se também melhora comportamental relatada pelos tutores em ambos os pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A melhora dos sinais clínicos otológicos e sistêmicos foi evidente. A técnica mostrou-se uma alternativa promissora à cirurgia de ablação do conduto auditivo, especialmente por ser uma técnica minimamente invasiva e de baixo risco quando comparada a TECA/LBO. O procedimento de otoendoscopia contribuiu para a melhora evidente da qualidade de vida dos dois cães avaliados, com melhora ou resolução dos sinais clínicos, controle glicêmico inesperado e benefícios terapêuticos mesmo quando o exame não pôde ser concluído integralmente, sem evidências de piora nos sinais clínicos.
PALAVRAS-CHAVE: Vídeo-otoscopia; Fibroscopia; Otofibroscopia; Otite média.
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