VOZES E CORPOS NEGROS NAS ARTES CONTEMPORÂNEAS
INTRODUÇÃO: Diante da emergência de artistas afro-brasileiros no cenário do Brasil contemporâneo, essa pesquisa se preocupa em compreender o decorrer da trajetória desses sujeitos até a sua consagração e as estratégias por eles aplicadas ao longo desse processo. Para isso, parte-se do reconhecimento de que a história da arte no país foi construída sob uma perspectiva, em sua grande maioria, eurocentrada, o que culminou em estereótipos, exotização e invisibilização das produções negras, especialmente quando essas recusam a se adaptar aos modelos tradicionalistas influenciados pelo mundo ocidental. Diante desse cenário, o reconhecimento de artistas afro-brasileiros em espaços como em galerias, museus e premiações, revela um avanço significativo, mas também tensões que merecem atenção. OBJETIVOS: Realizar uma análise bibliográfica sobre a emergência de novos artistas afro-brasileiros no contexto atual do Brasil, buscando, para isso, um mapeamento desses artistas indicados e/ou agraciados com o Prêmio PIPA (Prêmio de Incentivo à Produção de Arte Contemporânea Brasileira), analisando suas trajetórias a fim de perceber mudanças significativas no cenário institucional da arte, ou a permanência dos estereótipos de exotização dos cidadãos negros e de suas produções. MATERIAIS E MÉTODO: Análise bibliográfica, à luz de autores como Nascimento (2016), Marcondes (2018) e Paiva (2022), cujas abordagens são voltadas para o contexto histórico, os desafios e as estratégias adotadas por esses artistas em busca do resgate da memória ancestral, reconhecimento e autonomia estética. RESULTADOS: Evidencia-se a importância e a relevância do papel exercido pelas instituições artísticas no Brasil, das curadorias e das práticas aderidas para a construção do cenário atual. Assim sendo, a análise aponta que o Prêmio PIPA acaba por se configurar um espaço significativo de visibilidade para os artistas afro-brasileiros, ainda que detentor de algumas contradições CONSIDERAÇÕES FINAIS: É notória a presença de diversas formas estéticas que se articulam entre memória, ancestralidade e crítica social, pressionando, em certos momentos, o circuito artístico. Todavia, simultaneamente, é perceptível que o reconhecimento institucional não resulta, necessariamente, em mudanças estruturais mais vigorosas, mas evidencia a urgência da ampliação de mais práticas de inclusão e fortalecimento de ações afirmativas coletivas no campo da arte contemporânea.
PALAVRAS-CHAVE: Arte afro-brasileira; Arte Contemporânea; Prêmio PIPA; Curadoria negra; Abdias do Nascimento.
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