TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO DE SOLOS AGRÍCOLAS CONTAMINADOS COM COBRE
INTRODUÇÃO: A presença excessiva de cobre (Cu) em solos agrícolas, principalmente em decorrência da aplicação intensiva de dejetos suínos, representa um desafio ambiental significativo. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo avaliar a eficiência de três técnicas de remediação de solos contaminados com Cu: sorção por biocarvão, precipitação com calcário (CaCO₃) e fitoextração com crisântemo (Dendranthema grandiflora) e cravina-de-jardim (Dianthus chinensis). MATERIAIS E MÉTODO: As amostras de solo foram coletadas em áreas com diferentes históricos de uso de dejetos suínos, sendo caracterizadas quanto aos atributos físico-químicos e submetidas aos tratamentos em laboratório. Os experimentos com calcário e biochar foram implantados em laboratório, testando doses crescentes dos dois insumos (0; 1; 2; e 4 Mg/ha de calcário e 0; 5; 15; e 30 Mg/ha de biocarvão). Os experimentos seguiram delineamento inteiramente casualizado (DIC) com 12 tratamentos (fatorial 3×4, sendo três tipos de solo – dois solos de áreas de suinocultura e um solo com contaminação externa de Cu – e quatro doses dos produtos) e quatro repetições. Ainda, o experimento de fitorremediação foi implantado em DIC na Fazenda Experimental Gralha Azul da PUCPR, em casa de vegetação. Foram testados quatro tratamentos (crisântemo e cravina, em solo com e sem adição externa de Cu), com quatro repetições. Após extração do cobre do solo e do tecido vegetal das plantas, sua quantificação foi realizada por Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES). RESULTADOS: Os solos apresentaram alta fertilidade, pH próximo à neutralidade, elevados teores de matéria orgânica e alta capacidade de troca catiônica (CTC), o que favoreceu a imobilização natural do Cu. A aplicação de biocarvão mostrou bons resultados em solos contaminados artificialmente, mas em solos com contaminação natural, os efeitos foram inconsistentes, com aumento da concentração de Cu em alguns casos. A precipitação com calcário teve eficiência elevada nos solos contaminados em laboratório, mas pouco impacto em solos já naturalmente condicionados. A fitoextração apresentou baixo desempenho, com reduzida absorção de Cu pelas plantas testadas. De modo geral, os resultados indicam que, em solos com atributos favoráveis à retenção de metais pesados, as técnicas de remediação avaliadas podem ser dispensadas, mesmo quando os teores de Cu estão em níveis de investigação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que estudos futuros devem priorizar solos mais ácidos e com menor CTC, além de considerar outras fontes de contaminação.
PALAVRAS-CHAVE: Biocarvão; Calcário; Fitoextração; Biorremediação.
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