AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA, HISTOPATOLÓGICA E IMUNOHISTOQUÍMICA DE EXPLANTES RENAIS DE SUÍNOS EXPOSTOS A DOSES ALTAS DE ÁCIDO FÓLICO
INTRODUÇÃO: A insuficiência renal (IR) compromete a capacidade dos rins em manter o equilíbrio hidroeletrolítico corporal. Estima-se que entre 5 e 10 milhões de pessoas morram anualmente por causas associadas à IR sendo cerca de 1,7 milhão de mortes relacionadas à forma aguda (IRA). Esses números podem ser subestimados devido à falta de políticas eficazes para diagnóstico precoce. As opções terapêuticas são limitadas, concentrando-se em alívio sintomático, hemodiálise ou transplante em casos avançados. Modelos experimentais in vivo e in vitro com roedores são os mais comuns para estudar a doença, mas apresentam limitações técnicas, logísticas e éticas. Assim, modelos ex vivo surgem como alternativa viável, especialmente com o uso de ácido fólico (AF), substância amplamente utilizada para induzir lesão renal em modelos in vivo com roedores. OBJETIVOS: Avaliar o uso de explantes renais suínos como modelo experimental para lesão renal induzida por ácido fólico, com foco nas alterações bioquímicas e histopatológicas associadas. MATERIAIS E MÉTODO: Cinco pares de rins de suínos (Landrace × Large White), jovens e adultos, foram lavados e transportados em DMEM a 5 °C por até 1 hora. Explantes corticais de 6 mm foram obtidos por punch em condições assépticas, incubados em placas de 6 poços com meio DMEM suplementado, sob agitação orbital a 37 °C e 5% de CO₂. Os explantes foram tratados com AF nas concentrações de 5, 40, 100, 400 e 1000 μM por 4 horas. As análises incluíram coloração por hematoxilina e eosina (H&E), escore lesional e medidas morfométricas da cápsula de Bowman, tufo capilar e altura epitelial. A análise estatística foi conduzida por ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05). RESULTADOS: Nos explantes adultos, a enzima GGT aumentou significativamente a partir de 5 μM de AF, com elevação progressiva até 1000 μM. Não houve variação nos níveis de creatinina. Em explantes jovens, o escore lesional aumentou significativamente a partir de 400 μM, sem alterações significativas nas nos parâmetros morfométricos avaliados. Já em explantes adultos, houve um aumento do escore lesional nas maiores concentrações a partir de 40 μM até 1000 μM. Esta alteração foi acompanhada de uma redução significativa da área da cápsula de Bowman, do tufo capilar e da altura epitelial, indicando efeito tóxico dependente da dose. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados indicam que o modelo ex vivo com explantes renais suínos é uma alternativa viável para o estudo de lesão renal induzida por ácido fólico. Trata-se de uma abordagem promissora para investigações toxicológicas e testes pré-clínicos in vitro.
PALAVRAS-CHAVE: Ácido fólico; Modelo ex vivo; Suíno; Biomarcadores bioquímicos renais; Histopatologia.
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