ESTRESSE OXIDATIVO DE EXPLANTES RENAIS DE SUÍNOS EXPOSTOS A DOSES ALTAS DE ÁCIDO FÓLICO
INTRODUÇÃO: A lesão renal aguda (LRA) é uma condição clínica grave, multifatorial e de alta morbimortalidade, caracterizada por perda súbita da função renal e ausência de terapias plenamente eficazes. O ácido fólico (AF), quando administrado em doses elevadas, é amplamente utilizado como modelo experimental de nefrotoxicidade em roedores, por induzir precipitação tubular, estresse oxidativo e inflamação. No entanto, sua aplicação em suínos ainda é pouco explorada, apesar da similaridade anatômica e fisiológica desses animais com os seres humanos. OBJETIVOS: O estudo teve como objetivo principal avaliar o estresse oxidativo em explantes renais de suínos jovens e adultos expostos a altas concentrações AF. Especificamente, buscou-se quantificar os níveis de peroxidação lipídica por meio dos ensaios TBARS e MDA, além de analisar a atividade das enzimas antioxidantes catalase e superóxido dismutase (SOD). MATERIAIS E MÉTODO: Foram utilizados rins de dez suínos (cinco adultos e cinco jovens), divididos em grupos controle, veículo (NaOH 1M) e AF nas concentrações de 5, 40, 100, 400 e 1000 μM. Vinte fragmentos corticais de 6 mm de diâmetro foram obtidos por Punch foram distribuídos para cada tratamento. Então as amostras foram incubadas em estufa de CO2 por quatro horas a 37 °C em meio DMEM suplementado, e posteriormente analisados quanto à peroxidação lipídica (TBARS e MDA) e às atividades das enzimas antioxidantes catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD). Por fim, compararam-se os efeitos do AF sobre os perfis oxidativo e antioxidante entre os grupos etários avaliados. RESULTADOS: Em suínos adultos, a exposição aguda em todas as concentrações de AF promoveu uma diminuição significativa na atividade da CAT. Não houve diferenças estatísticas para TBARS, MDA ou SOD. Nos suínos jovens, não foram detectadas alterações significativas nos parâmetros avaliados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O modelo ex vivo de explantes renais de suínos mostrou-se sensível para detectar uma redução precoce do potencial antioxidante em animais adultos, mesmo na ausência de marcadores de dano oxidativo. Tal achado pode estar relacionado à elevada capacidade antioxidante intrínseca do tecido renal suíno. Considera-se, ainda, que o tempo de incubação adotado (4h) neste estudo possa ter limitado a manifestação de alterações oxidativas induzidas por altas concentrações de AF.
PALAVRAS-CHAVE: Explantes renais; Suínos; Ácido fólico; Estresse oxidativo; Lesão renal aguda.
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