CONCEPÇÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO TIMOR LESTE

INTRODUÇÃO: Timor-Leste encara um desafio central em sua política de ensino bilíngue: a diversidade de línguas maternas nas várias comunidades leva muitos docentes a ministrarem conteúdos em idiomas distintos do tétum e do português. Considerando as intensas transformações políticas e sociais vividas nas cinco décadas que antecederam a restauração da independência, este estudo propõe investigar de que modo as concepções sobre a formação inicial de professores em Timor-leste foram moldadas e quais os discursos que orientaram e orientam tais concepções no país, assim como seus possíveis impactos na subjetividade do docente em formação no país OBJETIVOS: Descrever a concepção da formação inicial dos professores no Timor Leste entre 1970 – 2024 MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa adota abordagem descritiva e qualitativa, realizando levantamento documental e análise de discursos subsidiadas em Orlandi (2015), sobre a concepção de formação docente timorense. RESULTADOS: Em 50 anos, a formação de professores em Timor-Leste transitou de um modelo português colonial exógeno, que reduzia os docentes a executores de currículo importado e reprodutor da lógica de dominação da metrópole, para um sistema técnico e centralizado sob ocupação Indonésia, desconsiderando saberes locais, linguagens, contextos políticos, sociais e econômicos e finalmente, no período pós-independência, com implantação do bilinguismo tétum-português, se busca mesmo com as atuais dificuldades a construção da identidade pedagógica nacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A formação de professores atua como um território de disputas simbólicas e discursivas, no qual as políticas educacionais e os materiais didáticos moldam e reforçam visões de mundo que podem ser produtoras de emancipação ao mesmo tempo que reprodutoras de violações nos mais variados segmentos.

PALAVRAS-CHAVE: Formação Inicial; Concepção; Análise do Discurso; Timor-Leste; Educação.