COMO OS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO LIDAM COM CONFLITOS INTERPESSOAIS NO COTIDIANO DA ESCOLA
INTRODUÇÃO: O artigo aborda temas de violência e direitos humanos, além de enfatizar a necessidade da utilização de práticas restaurativas no ambiente escolar e realçar que não se deve olhar apenas para o agressor, mas também para fatores sociais, familiares e culturais de cada indivíduo. Em vista disso, os direitos humanos, assim como as práticas restaurativas, devem ser valorizados e efetivados na população para a prevenção da violência e promoção da paz. OBJETIVOS: O presente estudo tem como objetivo compreender como as práticas de violência afetam a comunidade escolar, mas principalmente a vida de estudantes de ensino médio, além de compreender como as práticas restaurativas podem auxiliar na mitigação e redução das práticas violentas dentro do ambiente escolar. Os objetivos específicos são entender como esses estudantes identificam e compreendem o tema e os efeitos da violência na aprendizagem. MATERIAIS E MÉTODO: Para método de pesquisa, foi realizada uma pesquisa-ação de campo com estudantes de ensino médio, entre 14 e 17 anos, de escolas municipais de Curitiba utilizando grupos focais e questionários de múltipla escolha para compreender as experiências e percepções de estudantes, familiares e professores. RESULTADOS: Após a coleta das respostas dos estudantes de ensino médio, foi possível observar que as práticas de violência dentro do ambiente escolar são frequentes e aparecem principalmente em forma de agressões verbais, como xingamentos, bullying e cyberbullying, discriminação e furtos. Os relatos também incluem brigas, exclusão, homofobia, racismo, assaltos, etc. Além disso, relatarem discursos que atribuem os direitos humanos à defesa de “bandidos”. Ademais, as respostas dos estudantes apontam preferências em soluções que envolvem a exclusão do direito de fala e defesa agressor, porém, demonstram interesse em participar ativamente para decidir e prevenir conflitos na escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa evidencia que o uso das práticas restaurativas na mediação de conflitos pode ser uma alternativa às práticas de punição comuns no ambiente escolar. Isso porque contestam o sentido da punição, ação que omite a constelação de fatores e circunstâncias supraindividuais, aspectos os quais devem ser analisados tanto com relação ao agressor quanto ao sofredor da violência, a fim de possibilitar a mediação de conflitos. Além disso, a pesquisa demonstra que, embora ainda haja desconhecimento sobre a justiça restaurativa, os estudantes mostraram receptividade e interesse em participar de decisões relacionadas à gestão de conflitos.
PALAVRAS-CHAVE: Práticas de violência; Comunidade escolar; Estudantes de ensino médio; Efeitos da violência na aprendizagem.
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