INICIAÇÃO À PESQUISA CLÍNICA AO ACOMPANHAR O ESTUDO DA ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E SEXUALIDADE EM MULHERES COM CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
INTRODUÇÃO: O câncer de colo do útero configura-se como uma das neoplasias mais graves entre a população feminina brasileira, com alta incidência e significativa taxa de mortalidade. OBJETIVOS: Tendo em vista o impacto multifatorial da doença e de seus tratamentos na qualidade de vida (QV) das pacientes, este estudo teve como objetivo principal analisar a QV, com ênfase na sexualidade, de mulheres com câncer de colo uterino tratadas em um hospital oncológico de Curitiba (PR). MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa prospectiva, com intervenção direta, realizada no Hospital Erasto Gaertner, após aprovação do Comitê de Ética e inclusão de uma aluna pesquisadora. A amostra foi composta por 188 mulheres com idade acima de 18 anos, que estavam em tratamento ou já haviam sido tratadas por meio de histerectomia, quimioterapia, radioterapia e/ou braquiterapia. Foram excluídas gestantes, pacientes com limitações cognitivas ou verbais, transgêneros e aquelas que optaram por não iniciar o tratamento. A coleta foi realizada presencialmente na ala ambulatorial do hospital ou online, com aplicação de quatro questionários validados: um questionário de fatores de risco, o MD Anderson Symptom Inventory (MDASI), o Functional Assessment of Cancer Therapy-Cervix (FACT-Cx) e o Female Sexual Function Index (FSFI). A análise estatística baseou-se nos testes de Kruskal-Wallis e Dunn (post hoc), com correção de Bonferroni e significância estabelecida em p<0,05. RESULTADOS: Os resultados indicaram que pacientes submetidas exclusivamente a quimioterapia, radioterapia ou braquiterapia apresentaram escores significativamente inferiores de QV em comparação àquelas tratadas apenas com histerectomia. Essa diferença foi observada nos escores do questionário MDASI (partes I e II), nas subescalas F1 PWB, CxC e TOI do FACT-Cx, bem como nos domínios de desejo e dor do FSFI. Tais achados reforçam que os tratamentos não cirúrgicos tendem a impactar negativamente a QV e a função sexual das pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a modalidade terapêutica influencia diretamente os desfechos relacionados à QV das mulheres com câncer de colo uterino. A histerectomia isolada apresentou os melhores indicadores entre os grupos avaliados. Recomenda-se a continuidade de estudos voltados à reavaliação da QV após o término do tratamento, com vistas à melhoria da assistência oncológica e à redução de comorbidades associadas.
PALAVRAS-CHAVE: Câncer de colo uterino; Qualidade de vida; Histerectomia; Quimioterapia; Sexualidade.
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