AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE FILMES DE MISTURAS DE GOMA GUAR, MUCILAGEM DE QUIABO E/OU BABOSA INCORPORADOS DE ÓLEO DE GERGELIM

INTRODUÇÃO: A preocupação com a redução do impacto ambiental causado pelo uso de plásticos convencionais tem impulsionado pesquisas voltadas ao desenvolvimento de embalagens biodegradáveis obtidas a partir de biopolímeros naturais. Materiais estudados, como goma guar, mucilagem de quiabo e babosa apresentam propriedades reológicas relevantes para a formação de filmes, enquanto o óleo de gergelim, além de valor nutricional, pode conferir características antimicrobianas a esses sistemas. Por isso, a elaboração de filmes biodegradáveis com potencial de conservação de alimentos surge como uma alternativa promissora para reduzir a dependência de polímeros sintéticos, visando unir sustentabilidade e funcionalidade e também contribuir para a segurança alimentar. OBJETIVOS: O estudo teve por objetivo geral desenvolver e avaliar filmes biodegradáveis formulados a partir da mistura de goma guar, mucilagem de quiabo e/ou babosa incorporados de óleo de gergelim. Entre os objetivos específicos, destacaram-se a padronização dos métodos de extração dos polissacarídeos, a obtenção de soluções viscosas para formação dos filmes, a caracterização físico química preliminar e a análise microbiológica voltada à identificação de atividade antimicrobiana. MATERIAIS E MÉTODO: Os frutos de quiabo foram submetidos a processos de extração a frio e a quente, centrifugação, precipitação com etanol e secagem em estufa. A babosa foi processada por separação do gel interno e padronização, e o óleo de gergelim foi incorporado como aditivo funcional. A viscosidade das soluções foi avaliada como parâmetro de padronização, e os filmes foram obtidos em condições controladas para posterior análise microbiológica. RESULTADOS: Os ensaios indicaram que o método de extração influenciou diretamente os valores de viscosidade, com o quiabo apresentando maiores variações entre frio e quente, enquanto a babosa manteve baixa alteração mesmo em concentrações elevadas. A padronização garantiu a homogeneidade dos polissacarídeos e possibilitou a preparação dos filmes. Contudo, a análise microbiológica revelou que, após 24 horas, os filmes apresentaram contaminação visível, evidenciando proliferação microbiana. Esse resultado demonstra que, nas condições testadas, as formulações não apresentaram efeito antimicrobiano efetivo e ainda favoreceram a colonização microbiana. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados finais indicam que, por mais que os filmes tenham sido obtidos com sucesso e caracterizados em seus aspectos físico químicos, não foi possível verificar atividade antimicrobiana prática, uma vez que a contaminação ocorreu rapidamente. Esses resultados apontam para a necessidade de ajustes nas formulações, seja pelo aumento da concentração de compostos bioativos, pela incorporação de novos aditivos naturais de maior potencial antimicrobiano ou pela modificação das condições de processamento. Apesar da limitação encontrada e devidamente apontada, a pesquisa contribui para o avanço do conhecimento sobre a aplicação de biopolímeros na elaboração de embalagens sustentáveis e abre caminho para novas estratégias de desenvolvimento de materiais com maior estabilidade microbiológica.

PALAVRAS-CHAVE: Biopolímeros; Filmes biodegradáveis; Atividade antimicrobiana; Quiabo; Óleo de gergelim.