PAISAGEM HUMANIZADA: DA TEORIA À PRÁTICA URBANÍSTICA E PAISAGÍSTICA EM CIDADES BRASILEIRAS
INTRODUÇÃO: Considerando as lacunas científicas e tecnológicas relacionadas à busca por soluções viáveis e avanços concretos no enfrentamento de impactos em áreas urbanizadas, este estudo se concentra na investigação de alternativas para humanização da paisagem, visando à mitigação dos efeitos negativos, inclusive de crises sanitárias. OBJETIVOS: Nesse âmbito, seu objetivo geral é desenvolver soluções urbanísticas e paisagísticas, em nível de projeto, planejamento e gestão de cidades brasileiras. MATERIAIS E MÉTODO: Com estrutura multimétodos, abordagem qualiquantitativa e caráter aplicado, a pesquisa foi desenvolvida em três etapas principais. A primeira, de fundamentação teórico-metodológica, voltou-se à sistematização em fichas de leitura da interpretação de teorias e conceitos básicos, bem como de técnicas e métodos aplicáveis ao trabalho, além de casos práticos, a partir dos repositórios da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Google Acadêmico, da Scopus e da Scientific Electronic Library Online (SciELO). A segunda, de contextualização urbanístico-paisagística, foi direcionada à compreensão de aspectos físico-territoriais, socioeconômicos e jurídico-legais de cinco metrópoles brasileiras (Belém, Pará; Salvador, Bahia; Cuiabá, Mato Grosso; Belo Horizonte, Minas Gerais; Curitiba, Paraná), previamente escolhidas como objetos integrados de avaliação do grupo de pesquisa. A terceira etapa, de proposição urbanístico-paisagística, foi orientada ao desenvolvimento de soluções para cinco pontos de vulnerabilidade nas áreas centrais de cada uma daquelas urbes, bem como à redação de sínteses propositivas e à simulação de soluções projetuais de diretrizes direcionadas às realidades locais e suas interações. RESULTADOS: Os resultados analíticos indicam que características como presença de barreiras físicas, existência de irregularidades nas calçadas, desorganização dos ambientes, ausência de fachadas ativas, carência de vegetação e problemas nos pavimentos afetam a sensação de segurança e a vitalidade espacial. Além disso, a predominância de usos exclusivos do solo evidencia limitações à diversidade econômica e à ocupação dos espaços públicos em diferentes períodos do dia. Como respostas ao questionamento investigativo sobre quais são os aspectos indutores de transformação da teoria em prática urbanística e paisagística, são propostas soluções voltadas ao incentivo à utilização mista das localidades, requalificação e acessibilidade das calçadas, aperfeiçoamento da mobilidade ativa, integração de fachadas ativas, visando à integração entre espaço público e privado, bem como à gestão e manutenção por meio da instalação de lixeiras e melhoria da iluminação pública, dentre outras. Incluem-se, ainda, o fomento a atividades culturais e sociais em diferentes horários do dia para incentivo aos sentimentos de pertencimento e comunidade, além da inserção de vegetação de diversos portes para conforto térmico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se, portanto, pela possibilidade de confirmação da hipótese de que soluções às realidades locais possibilitam, por meio da conformação de cenários humanizados, a atenuação de adversidades, contribuindo para a configuração de cidades saudáveis, inclusivas, seguras, sustentáveis e preparadas para futuros desafios.
PALAVRAS-CHAVE: Paisagem urbana; Humanização espacial; Soluções projetuais; Gestão pública; Metrópoles brasileiras.
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