O CAPITALISMO E AS LINHAS DE FUGA: DELEUZE E O DEVIR REVOLUCIONÁRIO
INTRODUÇÃO: O Capitalismo, enquanto sistema produtivo, associado ao regime discursivo e semiótico do neoliberalismo, produz cada vez mais uma realidade fragmentada e acelerada. O esquema de classes implodiu, e a exploração do ser humano foi distributivamente e intensivamente elevada à milésima potência. Em termos materiais e ambientais, a globalização dos riscos afeta a todos e, inversa e avessamente, tornou-se mercado. Sem classes para justificar uma suposta existência real de um movimento abstrato da história, e com críticas ontológicas abaladoras da filosofia contemporânea, a dialética se soma ao montante gigantesco de abstrações da era capitalista. Como resistir a este motor capitalista, aparentemente indestrutível e axiomático, que nos leva incessantemente e a cada instante a um passo mais próximo da extinção absoluta da espécie humana? OBJETIVOS: Analisar como a filosofia de Gilles Deleuze permite pensar a possibilidade de novos modos de produção de subjetivação, capazes de promover formas inovadoras de ação política a partir de um devir revolucionário.a) Analisar a transição do conceito de “sociedade disciplinar” de Foucault para o conceito de “sociedade de controle”, de Deleuze;b) Entender a ontologia de Deleuze e suas implicações para a subjetivação;c) Identificar, no pensamento de Deleuze, o papel da técnica nas sociedades de controle e o consequente impacto na subjetivação;d) Pesquisar, na obra de Deleuze, pistas sobre as condições e definições do devir revolucionário;e) Associar a ontologia de Deleuze e seu entendimento sobre a subjetivação com as condições do devir revolucionário. MATERIAIS E MÉTODO: o procedimento utilizado será o de revisão bibliográfica. Esta revisão bibliográfica, por sua vez, deve seguir rigorosamente os procedimentos pertinentes. Nesse sentido, levantam-se três aspectos fundamentais de uma revisão bibliográfica: quais as fontes de informação, o meio de obtenção destas e o modo como são revisadas. RESULTADOS: Como se viu na Introdução, a pesquisa se delimita ao redor da possibilidade de uma atualização revolucionária da realidade, a qual se dá, por sua vez, num âmbito político. No primeiro capítulo se analisou o conceito de potência ao longo da história, em seus contágios, anulações e transmissões. Em seguida, demonstrou-se como este esquema degenerescente, ainda incipiente em Platão, foi sistematizado, polido e canonizado no conceito de potência de Aristóteles. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise proposta parte da relação intrínseca entre a potência de pensamento e a potência política: conforme a fórmula das filosofias de Foucault-Deleuze, somente uma sociedade deflagrada por um pensamento potente, afirmativo, produtivo, é que abre nos escopos de atualização da realidade a possibilidade de uma potência política revolucionária. Deste modo, cabe a esta análise sublinhar os momentos históricos em que o conceito de potência foi sendo subjugado a uma perspectiva degenerescente por fundamento, a qual apenas contribuiu para o reforço das axiomáticas do Capitalismo e seu regime discursivo atual do neoliberalismo. Em contrapartida, é de suma importância para pensar um devir revolucionário que se identifique os momentos opostos a estes citados acima; ou seja, os momentos em que o conceito de potência assumiu uma produtividade absoluta e positiva, uma afirmação à vida, ao intempestivo e à criatividade.
PALAVRAS-CHAVE: Deleuze; Foucault; Política; Devir revolucionário.
Para validarmos seu voto, por favor, preencha os campos abaixo. Alertamos que votos duplicados ou com CPF inválido não serão considerados.