TRATAMENTO COM PLASMA RICO EM PLAQUETAS CONCOMITANTE AO TREINAMENTO OLFATÓRIO: UMA ANÁLISE OBJETIVA SOBRE A MELHORA OLFATIVA EM PACIENTES COM PERDA OLFATÓRIA PÓS-COVID-19
Introdução: A disfunção olfatória, que inclui a perda parcial (hiposmia), completa (anosmia) ou distorção (parosmia) do olfato, pode ter causas congênitas ou adquiridas, sendo as infecções virais, como a COVID-19, uma das principais etiologias adquiridas recentes. O neuroepitélio olfatório, exposto ao ambiente externo e expressando receptores ACE2, é vulnerável aos danos causados pelo SARS-CoV-2. As opções terapêuticas atuais, como corticoides e o treinamento olfatório, apresentam limitações. O plasma rico em plaquetas (PRP), por sua ação anti-inflamatória e regenerativa, tem sido proposto como alternativa para tratar distúrbios olfatórios. Objetivos: Avaliar a eficácia do tratamento com PRP associado ao treinamento olfatório na recuperação da função olfatória em pacientes com disfunção olfatória persistente após infecção por COVID-19. Materiais e método: Trata-se de um estudo prospectivo aprovado pelo comitê de ética (CEP-PUC/PR). Participaram adultos entre 18 e 60 anos com disfunção olfatória persistente por, no mínimo, 3 meses após infecção por COVID-19 confirmada. Foram incluídos 44 participantes (25 mulheres e 19 homens), com idade média de 40,15 anos. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: controle (n=38), submetido apenas ao treinamento olfatório por 3 meses; e intervenção (n=6), que recebeu o mesmo treinamento associado a três aplicações de PRP, com intervalos de 15 dias. A função olfatória foi avaliada pelo teste UPSIT antes (UPSIT0) e após (UPSIT3) o protocolo terapêutico. A variável principal foi a diferença entre os escores UPSIT (dif_upsit). A análise estatística utilizou o teste t de Welch, com significância de 5%. Resultados: A média geral de melhora no escore UPSIT foi de 1,62 pontos (±3,62), com variação de -6 a +10. O teste de Shapiro-Wilk confirmou a normalidade da variável “dif_upsit” (p = 0,232). Para comparação entre os grupos, o teste de Levene indicou heterogeneidade de variâncias (p = 0,044), levando ao uso do teste t de Welch, que apontou uma tendência de diferença entre os grupos (t = 1,82; gl = 34,5; p = 0,077), porém sem significância estatística. O teste exato de Fisher não mostrou diferença significativa na distribuição por sexo entre os grupos (p = 0,378). Considerações finais: Embora os resultados não tenham atingido significância estatística, observou-se uma tendência de melhora clínica no grupo que recebeu PRP associado ao treinamento olfatório. O pequeno número de participantes no grupo intervenção limitou o poder estatístico da análise. Ainda assim, os achados sugerem que o PRP é uma terapia segura e potencialmente benéfica para disfunções olfatórias pós-virais, recomendando-se novos estudos com amostras maiores e acompanhamento prolongado para melhor avaliação de sua eficácia.
Palavras-chave: Disfunção olfatória; COVID-19; Plasma Rico em Plaquetas; Treinamento olfatório; UPSIT.
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