AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DOS BENZODIAZEPÍNICOS EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Introdução: Os benzodiazepínicos, fármacos psicotrópicos que deprimem o sistema nervoso central, são amplamente utilizados no tratamento de ansiedade, insônia, convulsões e espasmos musculares. Embora seu uso seja tradicionalmente vinculado à prescrição médica, evidências indicam que estudantes universitários recorrem a esses medicamentos por múltiplos fatores, incluindo sobrecarga acadêmica, dificuldades de adaptação à vida universitária, manejo de situações sociais e busca por melhor desempenho acadêmico, o que pode favorecer práticas de uso inadequado. Objetivos: O presente estudo investigou os efeitos biológicos, psicológicos e sociais do uso de benzodiazepínicos entre estudantes universitários de uma instituição no norte do Paraná. A pesquisa surgiu da preocupação com o uso crescente e, muitas vezes, inadequado desses medicamentos no ambiente acadêmico, especialmente como forma de lidar com ansiedade, insônia e pressões acadêmicas. O objetivo principal foi analisar os padrões de uso, os impactos para a saúde mental e física, e as consequências sociais do consumo prolongado dessas substâncias. Materiais e método: O estudo se baseou em uma revisão de literatura em bases científicas e na aplicação de um questionário online, respondido por 31 estudantes universitários. Resultados: Dentre os participantes, todos relataram uso atual ou prévio de benzodiazepínicos, sendo o uso contínuo o mais prevalente. Embora a maioria tenha utilizado os medicamentos com prescrição médica, foi constatada uma elevada taxa de automedicação e reaproveitamento dos fármacos, indicando práticas de consumo inadequado. Os medicamentos mais mencionados foram Alprazolam, Clonazepam, Zolpidem e Diazepam. Psicologicamente, 90,32% dos participantes relataram efeitos colaterais, como sonolência, confusão mental e perda de memória, enquanto 83,87% apresentaram indicativos de sofrimento psíquico segundo a aplicação do SRQ-20. Socialmente, foram relatadas dificuldades no desempenho acadêmico, isolamento, perda de autonomia e sentimentos de culpa e dependência. Considerações finais: Os dados obtidos demonstram que, embora os benzodiazepínicos possam inicialmente trazer alívio para sintomas de ansiedade e distúrbios do sono, seu uso prolongado, sem o devido acompanhamento profissional, pode comprometer seriamente a saúde mental e emocional dos estudantes. A pesquisa ressalta a importância de promover a conscientização sobre o uso racional desses medicamentos e fortalecer o apoio psicológico no ambiente universitário
Palavras-chave: Benzodiazepínicos; Estudantes universitários; Saúde mental.
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