TERAPIA COM PLASMA RICO EM PLAQUETAS INTRANASAL E TREINAMENTO OLFATÓRIO: UMA AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM PERDA OLFATÓRIA PÓS-COVID-19
Introdução: A perda do olfato é uma das sequelas mais prevalentes e debilitantes associadas à infecção por COVID-19, impactando negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Essa disfunção sensorial pode persistir por meses, mesmo após a resolução do quadro infeccioso. Dentre as abordagens terapêuticas propostas, o treinamento olfatório tem se mostrado eficaz, embora seus efeitos sejam geralmente lentos. O Plasma Rico em Plaquetas (PRP), por sua vez, tem ganhado destaque como potencial agente regenerativo, devido à sua riqueza em fatores de crescimento e propriedades anti-inflamatórias. Considerando a escassez de tratamentos eficazes para perda olfatória pós-viral e o impacto negativo que essa condição exerce sobre o bem-estar dos indivíduos, novas abordagens terapêuticas se tornam necessárias. Objetivos: Avaliar os efeitos da aplicação intranasal de PRP associada ao treinamento olfatório na qualidade de vida de pacientes com disfunção olfatória persistente após infecção por COVID-19. Especificamente, buscou-se comparar a evolução dos escores dos domínios do questionário QOD (qualidade de vida, impacto social e parosmia) antes e após a intervenção Materiais e método: Estudo prospectivo, com aprovação ética, conduzido com sete participantes entre 18 e 65 anos com perda olfatória há pelo menos três meses após diagnóstico de COVID-19 confirmado por RT-PCR. Foram excluídos indivíduos com doenças neurológicas, trauma cranioencefálico, rinossinusite crônica ou causas anteriores de perda olfativa. Os participantes foram submetidos a três aplicações de PRP na fenda olfatória, com intervalos de 15 dias, em associação ao treinamento olfatório com quatro essências (cravo, rosa, eucalipto e limão) duas vezes ao dia por três meses. Os escores dos domínios do QOD foram coletados no início e ao final do protocolo. A análise estatística foi realizada utilizando o teste de Wilcoxon para amostras pareadas. Resultados: Observou-se redução média nos escores de LQOD (de 26,3 para 22,6) e SQOD (de 5,6 para 4,6), além de aumento no escore de PQOD (de 4,9 para 6,9), indicando melhora da parosmia. Embora os valores de p não tenham atingido significância estatística (LQOD: p = 0,219; SQOD: p = 0,068; PQOD: p = 0,057), os domínios SQOD e PQOD apresentaram tendência à melhora, sugerindo efeito clínico relevante da intervenção combinada com PRP. Considerações finais: A associação entre PRP e treinamento olfatório demonstrou tendência à melhora nos sintomas de parosmia e no impacto social da perda olfativa, sendo uma alternativa promissora para o manejo dessa condição. Estudos com maior amostra e seguimento mais prolongado são necessários para confirmar esses achados e validar sua eficácia clínica.
Palavras-chave: PRP; Olfato; Parosmia; COVID-19; Qualidade de vida.
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