AVALIAÇÃO DA FOSFATASE ALCALINA INTESTINAL DE ORIGEM SUÍNA E SEUS EFEITOS NO DESEMPENHO E SAÚDE INTESTINAL DE LEITÕES DESMAMADOS

Introdução: O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne suína do mundo. Porém, um dos maiores desafios dentro dessa produção é o desmame de leitões, marcado por desafios entéricos e maior suscetibilidade a patógenos. Com o objetivo de minimizar esses efeitos, melhoradores de desempenho (AMD’s) são utilizados, de forma excessiva na suinocultura, o que resultou no aumento da resistência bacteriana. Devido a isso, novas alternativas ao uso de AMD’s surgiram como as enzimas, probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos e aditivos fitogênicos. Objetivos: Avaliar a funcionalidade de um Composto Bioativo Suíno (CBS) e da enzima Fosfatase Alcalina Intestinal Bovina (FAIB) na manutenção da integridade e viabilidade da barreira epitelial intestinal in vitro sob um processo inflamatório induzido por lipopolissacarídeos (LPS). Materiais e método: Células da linhagem Caco-2 foram cultivadas em placas de 12 poços e incubadas em meio DMEM por 14 dias, para a diferenciação parcial em enterócitos. Os tratamentos testados foram: Controle Negativo (CN): DMEM contendo 1% de soro fetal bovino (FBS); Controle Positivo (CP): DMEM suplementado com LPS de Escherichia coli (10 µg/mL); FAIB (38 U/mg); CBS (0,2 U/mg). A viabilidade celular foi avaliada por meio do ensaio com Vermelho Neutro. Para esse ensaio 5,5 × 10⁴ células/cm² foram colocadas em placas de 96 poços (100 μL por poço) e incubadas por 24 horas para adesão celular. Em seguida, foram lavadas e expostas por 24 horas a três concentrações de cada tratamento (10 mg/mL, 1 mg/mL e 0,1 mg/mL). Foi usada a solução de Vermelho Neutro nas células, e elas foram incubadas por 3 horas a 37°C. Após 10 minutos de incubação a absorbância foi lida em espectrofotômetro. Os resultados foram expressos como percentual de viabilidade relativa ao CN, sendo valores ≥70% considerados aceitáveis. Após os 14 dias de cultivo e diferenciação, as células foram expostas por 24 horas aos tratamentos (CN, CP, CBS ou FAIB a 1 mg/mL), isoladamente ou em combinação com LPS (10 μg/mL), com o objetivo de avaliar parâmetros de permeabilidade epitelial. Ao término desse período as células Caco-2 foram lavadas e foram adicionados 400 μL de solução de LY no compartimento apical e 1 mL de solução salina no compartimento basal. Após esse período o conteúdo do compartimento basal foi coletado para quantificar a permeabilidade por meio da medição da intensidade de fluorescência do corante LY. Por fim, foram realizadas análises estatísticas no software Statgraphics Centurion 19.3. Os dados de permeabilidade celular foram analisados por ANOVA de medidas repetidas com Soma de Quadrados do Tipo III. Resultados: Na ausência de LPS, os tratamentos com FAIB e com o CBS promoveram aumentos significativos na viabilidade celular (+101,58 e +102,55, respectivamente). Sob inflamação induzida por LPS ambos os tratamentos, FAI e CBS, reverteram a citotoxidade do LPS (+11,46 e +20,75, respectivamente). Na avaliação da permeabilidade, ambos os tratamentos apresentaram resultados satisfatórios. Considerações finais: A FAIB e o CBS melhoraram a permeabilidade e aumentaram a viabilidade da barreira intestinal, com ou sem a presença de LPS. Entre os dois produtos testados, observou-se melhores valores numéricos para o CBS.

Palavras-chave: Barreira Intestinal; Complexo Bioativo; Melhoradores de Desempenho; Permeabilidade Intestinal; Viabilidade.