DESENVOLVIMENTO DE UMA CAIXA DE TRANSPORTE E USO PARA FIO CIRÚRGICO BOVINO
Introdução: Nas práticas buiátricas realizadas em campo, a qualidade e a esterilidade dos materiais cirúrgicos são frequentemente comprometidas por ser um ambiente não hospitalar com riscos maiores de contaminação. Outro desafio é a escassa disponibilidade de fios compatíveis com as necessidades específicas da espécie bovina, especialmente quanto ao comprimento, espessura e origem do material. Isso leva ao uso recorrente de alternativas, como fios de pesca, que não garantem a biossegurança necessária. Objetivos: Diante desse cenário, o objetivo principal do projeto foi desenvolver um recipiente esterilizável para o armazenamento e transporte de fios de poliamida bonderizada comerciais (Linhasita® ou similares) permitindo enrolar e desenrolar o fio sem que comprometesse sua esterilidade. Embora originalmente usados na costura de couro, esses fios apresentam características superiores às dos fios de pesca para procedimentos cirúrgicos em bovinos. Materiais e método: Foi realizada uma revisão da bibliografia sobre os tipos de fios disponíveis no mercado e suas propriedades, os métodos de esterilização viáveis para esses materiais no contexto veterinário, além da verificação de modelos existentes de caixas dispensadoras de fios. Com base nessas informações, foi desenvolvido um protótipo de caixa em acrílico, com 18 cm de altura, 12 de comprimento e 12 de largura, com uma alça de transporte e saída do fio na tampa superior, elaborado com base em critérios de ergonomia, resistência, sustentabilidade e viabilidade técnica. Testes foram conduzidos para avaliar a eficácia dos métodos de esterilização aplicados aos fios de poliamida, visando verificar sua capacidade de manter a esterilidade mesmo após a exposição a um ambiente de campo. Inicialmente, avaliou-se o uso da autoclave, mas o processo mostrou-se inadequado, causando deformação dos fios e contaminação. Como alternativa, adotou-se um protocolo baseado na fervura dos fios teste e posterior exposição à luz UV, impedindo o crescimento de contaminantes em ágar Sabouraud e Mueller Hinton. Os fios esterilizados foram expostos ao ambiente da Fazenda Experimental Gralha Azul por até duas horas e, posteriormente, cultivados em meios específicos para crescimento de microorganismos não fastidiosos. Resultados: Os resultados indicaram uma relação entre tempo de exposição do fio e contaminação. Considerações finais: Obteve-se uma caixa de transporte e uso de fio de poliamida bonderizada, que pode ser esterilizada por inteiro com o uso de óxido de etileno.
Palavras-chave: Buiatria; Fio cirúrgico; Poliamida bonderizada; Tecnologias rurais.
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