AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO DE BIOFILME POR STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS EM LIGA DE TITÂNIO COM RECOBRIMENTO ELETROQUÍMICO E IMPREGNADOS COM NANOPARTÍCULAS DE PRATA E ZINCO
Introdução: As infecções associadas a implantes médicos representam um desafio crescente na prática clínica atual, especialmente em procedimentos ortopédicos. A formação de biofilmes por microrganismos em superfícies implantáveis dificulta a ação de antimicrobianos, aumenta a resistência bacteriana e pode comprometer a integração do material ao tecido ósseo, levando a falhas terapêuticas e necessidade de revisões cirúrgicas. As ligas de titânio são amplamente empregadas como biomateriais devido à sua biocompatibilidade, resistência à corrosão e propriedades físico-químicas e mecânicas favoráveis e compatíveis com o osso humano. No entanto, sua superfície porosa, embora necessária para a otimização da osteointegração, também favorece a adesão bacteriana e formação de biofilmes, dificultando a ação de agentes antimicrobianos e aumentando o risco de infecções e complicações associadas a dispositivos médicos. Nesse contexto, técnicas como a oxidação eletroquímica por plasma (PEO) e o recobrimento com nanopartículas metálicas, como prata (Ag) e zinco (Zn), vêm sendo estudadas como estratégias para otimizar as propriedades de biocompatibilidade destes materiais, reduzir sua degradação oxidativa e ainda conferir propriedades antibiofilme às superfícies metálicas. Objetivos: Avaliar a formação de biofilmes por Staphylococcus epidermidis em diferentes ligas de titânio com recobrimento por PEO, com ou sem impregnação de nanopartículas de Ag ou Zn. Materiais e método: Lamínulas metálicas com diferentes composições foram recobertas por PEO, com ou sem nanopartículas, e incubadas com cepas padrão de S. epidermidis por 24 horas a 37 ºC, sem agitação. Após, a biomassa do biofilme foi quantificada por coloração com cristal violeta a 2%. Poços sem adição de microrganismos e poços sem lamínulas foram considerados como controle de esterilidade e controle de crescimento, respectivamente. As características ultraestruturais de superfície foram avaliadas por microscopia eletrônica de varredura. Resultados: As ligas recobertas apenas por MAO não apresentaram diferenças significativas na formação de biofilmes em relação às não recobertas. Contudo, observou-se que a liga TNZ33 recoberta com Ag apresentou aumento significativo na biomassa do biofilme. Quanto às características morfológicas das ligas, TiCp, Ti15Nb, TN40 e TNZT, apresentaram poros mais regulares e distribuídos, enquanto as ligas TNZ33 e TNZ40, apresentaram superfícies lacunares e morfologicamente irregulares. Considerações finais: Embora não tenha sido observada redução significativa na maioria dos grupos, os recobrimentos não aumentaram a formação de biofilmes, e esse achado, aliado à boa osteointegração, pode contribuir para o desenvolvimento de materiais mais seguros. A exceção observada com Ag reforça a necessidade de avaliações específicas para cada composição, bem como incentiva a busca por estudos cada vez mais aprofundados a fim de buscar materiais cada vez mais biocompatíveis e menos favoráveis a infecções.
Palavras-chave: Liga de Titânio; Biofilmes bacterianos; Biomateriais; Oxidação Eletrolítica por Plasma (PEO); Nanopartículas.
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