ANÁLISE DOS MODELOS DE SIMULAÇÃO BASEADOS EM AGENTES E SUAS REPRESENTAÇÕES DE “RISCO”
Introdução: A intensificação dos eventos climáticos extremos tem despertado crescente preocupação global, impulsionando esforços para compreender e gerenciar os riscos ambientais. Com base nisso, modelos baseados em agentes (Agent-Based Models – ABM’s) têm se mostrado ferramentas promissoras para a análise de fenômenos complexos, como o risco de deslizamentos de terra, que envolve diversos fatores interconectados. Esses modelos permitem simular a interação entre atores sociais e dinâmicas ambientais, indo além da simples definição de rotas de evacuação e incluindo a análise da interseção entre movimentos de massa, tomada de decisão e gestão urbana. Objetivos: A pesquisa tem como objetivo geral desenvolver um modelo baseado em agentes que simule o risco ao deslizamento de terra, bem como criar cenários para testar situações do tipo “e-se”. Materiais e método: A Modelagem Baseada em Agentes (ABM) é uma abordagem computacional utilizada para simular sistemas complexos através da interação entre agentes autônomos. No contexto desta pesquisa, os agentes representam elementos como gotas de chuva e pessoas, as infraestruturas urbanas e espaço urbano urbano construído é representado por um grid de células. Os agentes (chuva) interagem em um ambiente (área urbana) para simular deslizamento de terra e como os agentes (pessoas) reagem. O processo de modelagem segue um ciclo iterativo composto pelas etapas: (1) identificação do fenômeno real, (2) criação de um modelo conceitual, (3) implementação computacional e (4) avaliação e verificação dos resultados. O modelo é implementado em linguagem Logo utilizando o software NetLogo. Resultados: Como resultado da pesquisa foi desenvolvido um modelo baseado em agentes utilizando a linguagem Logo. O principal agente é a gota de chuva. Cada gota possui uma dinâmica específica, sendo gerada e distribuída aleatoriamente no espaço da simulação que representa a área urbana. O modelo conseguiu representar a dinâmica dos deslizamentos. Foram testadas chuvas de 2022 (ocorreram deslizamentos) e 2024 (sem ocorrências e deslizamento) para avaliar a sensibilidade do modelo. Por fim, foram adicionadas rotas de fuga e pontos de apoio ao modelo. O agente (pessoas) se desloca para um ponto de apoio quando percebe no seu entorno um deslizamento. Considerações finais: O modelo baseado em agentes apresentou-se como uma ferramenta interessante para simular os deslizamentos de terra e testar cenários de chuvas. O modelo em questão foi validado utilizando as cicatrizes de deslizamento para 2022, demonstrando alta acurácia, no entanto baixa precisão. Apesar do número de deslizamentos serem parecidos com os números reais, sua localização era imprecisa dada a aleatoriedade espacial das chuvas. O modelo poderá ser aprimorado em fases posteriores utilizando algoritmos estocásticos e ou dinâmica espacial que considere sombras de chuvas.
Palavras-chave: Modelagem baseada em agentes; Deslizamento de terra; Modelos dinâmimcos.
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